Conheça os Educadores Nota 10 de 2018
Quebrar preconceitos sociais, locais, patrimoniais e discutir componentes curriculares foram ponto de destaque na edição 2018 do maior prêmio da Educação Básica brasileira
POR: Laís SemisA 21ª edição do Prêmio Educador Nota 10 já tem seus finalistas. São 10 selecionados entre 4.186 projetos inscritos neste ano. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (13/7). Entre os vencedores, o tema preconceito e desconstrução de estereótipos prevaleceu. Da proposta de quebrar o estereótipo sobre a disciplina de Arte, Matemática ou a utilidade da Língua Inglesa até questionar a invisibilidade social, patrimonial e cultural.
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O Prêmio Educador Nota 10 é uma iniciativa da Fundação Victor Civita (FVC) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, com apoio da NOVA ESCOLA e patrocínio da Fundação Lemann (mantenedora de NOVA ESCOLA) e da Somos Educação. Os projetos inscritos são avaliados pela Academia de Selecionadores e Jurados, composta por especialistas em cada área do conhecimento.
Os 10 vencedores são premiados com uma assinatura digital de NOVA ESCOLA, diploma de participação e R$ 15 mil, enquanto as escolas recebem $ 1 mil. A cerimônia de premiação que escolhe o Educador do Ano acontecerá na Sala São Paulo no dia 1º de outubro. O Educador do Ano é contemplado com um prêmio de R$ 15 mil e sua escola com R$ 5 mil. Conheça os 10 projetos premiados na edição 2018 do Educador Nota 10:
Ana Claudia Santos, professora de Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Médio na EE Padre Paulo, em Santo Antônio do Monte (MG). Com a sequência didática “O ser(tão) de cada um”, a professora trabalhou aspectos estilísticos dos textos de Guimarães Rosa. Os estudantes criaram produções orais, refletiram sobre a relação entre obra e realidade, trabalharam com recursos de animação stop motion e foram desafiados a escrever cartas para Guimarães, como fez o escritor Manuel Bandeira. Ana Claudia foi uma das vencedoras da edição de 2014 do Prêmio Educador Nota 10. Conheça o projeto de 2014:
Ana Paula Mello, professora de Geografia dos 6º e 7º anos na EM Levi Carneiro, em Niterói (RJ). Ana trabalhou Educação patrimonial a partir do julgamento prévio das crianças que diziam não haver nada no município. “O meu lugar: Educação e memória de Niterói” desenvolveu conhecimentos geográficos locais, questões ambientais, registros de imagens, oficinas de Arqueologia, saídas a museus para entender o valor do patrimônio e paisagem.
Cristiane Dias, professora de Língua Estrangeira do 9º ano na EEB Maria José Hulse Peixoto, Criciúma (SC). “We speak the same language” levou os estudantes a debater imigração com ganeses e haitianos que moram na cidade. Com o projeto, os estudantes puderam compreender a importância de uma língua em comum, treinaram o idioma e vocabulário e se sensibilizaram sobre questões como respeito e diversidade.
Elenir Novaes, professora do 3º ano do Fundamental na EM Campos do Amaral, em São Sebastião do Paraíso (MG). Resolver contas de cabeça era difícil para os alunos de Elenir até o desenvolvimento do projeto “De cor e salteado”. Nele, a professora explorou como as crianças chegavam à solução dos problemas, trabalhou propriedades das operações e regularidades do sistema de numeração decimal até que as crianças se apropriassem de estratégias, como a decomposição e a sobrecontagem.
Ivonete Bento da Silva Dezinho, professora de Matemática do 8º ano na EMEF Professor Milton Dias Porto, em Navirai (MS). Como a Matemática aparece na profissão de garçom? E na de padeiro? E na de arquiteto? “De pai para filho – uma abordagem do ensino da Matemática nas profissões” explorou como os números aparecem no dia a dia de seus familiares e a importância de conhecimentos como unidades de medida, juros, porcentagem, orçamento doméstico, perímetro e área para a vida cotidiana.
Marcos Ribeiro das Neves, professor de Educação Física do 3º ano do Fundamental na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no CIEJA Campo Limpo, em São Paulo (SP). No projeto “A desconstrução de preconceitos” o tema foi abordado a partir do Maracatu e do imaginário preconceituoso sobre essa manifestação. Com pesquisas, discussões e vivências, o contexto histórico-social do Maracatu e da escravidão foi sendo ressignificado.
Marinaldo Sarmento Souza, professor de Língua Portuguesa do 1º e 2º anos na EM de Ensino Infantil e Fundamental Jupariquara, em Barcarena (PA). Para sua sequência didática sobre “Produção Textual do Gênero Fábulas” com uma turma multisseriada de 4 a 11 anos, Marinaldo fez uso dos agrupamentos produtivos para que todos se envolvessem no projeto. As fábulas foram apresentadas, considerando personagens dos textos e sua relação com o local, com produções de textos coletivas, em que um aluno mais velho atuava como escriba.
Mauro Batista Rosa Junior, professor de Arte do 8º termo da EJA na EMEB Isidoro Battistin, em São Bernardo do Campo (SP). Mauro desenvolveu um projeto sobre preconceito com seus alunos da EJA abordando questões ligadas ao racismo, machismo, homofobia e exclusão de presidiários e ex-presidiários. “Vagas de Luz: Às sombras do preconceito” levou a turma a pesquisar imagens, textos e músicas com carga simbólica para compor as cenas de um teatro de sombras para tratar do tema.
José Marcos de Assis Couto Júnior, professor de História dos 8º e 9º anos na EM Áttila Nunes, no Rio de Janeiro (RJ). A música “As Caravanas”, de Chico Buarque, foi usada para explorar o tema da inserção do negro na sociedade e a ideia de invisibilidade social. Outras canções foram usadas no projeto “As Caravanas: limites da visibilidade” e geraram debates e produções textuais, escrevendo novas músicas usando as estruturas de texto das letras das canções estudadas e reescrevendo a Lei Áurea imaginando como deveria ser a integração de ex-escravos.
Mikael Miziescki, professor de Arte do 6º ao 9º anos na EMEF Prefeito Dário Crepaldi, em Morro Grande (SC). Para desconstruir os estereótipos que os alunos têm sobre a disciplina, Mikael fez uma imersão na produção de artistas catarinenses, contemporâneos brasileiros e as vanguardas modernas. Além de pesquisarem e debaterem essas produções, os estudantes visitaram exposições e criaram suas próprias obras no projeto “Morro Grande em Arte”, que se tornou uma exposição para a comunidade no final do ano de 2017.
Conheça mais sobre os projetos premiados no site da Fundação Victor Civita.
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