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1º ano com espaço para brincar, ler e escrever

No delicado ingresso no Ensino Fundamental, a professora Silvana dos Santos Silva incentiva o aprendizado preservando o sabor da infância

POR:
Suzel Tunes
A docente organiza cantinhos temáticos para os pequenos. Foto: Patrícia Stavis
Brinquedoteca A docente organiza cantinhos temáticos para os pequenos

 

É quarta-feira e na EMEF Professora Célia Regina Andery Braga, em São Paulo, as crianças já sabem que a programação inclui a brinquedoteca. Quando ingressaram no Ensino Fundamental, ressabiadas, mal puderam acreditar que ao lado da sala de aula havia esse espaço colorido, com bonecas, carrinhos, fantasias e muito mais. "Elas chegam ao 1º ano achando que não poderão mais brincar e se surpreendem", diz a professora Silvana dos Santos Silva.

Em sua rotina, a docente prevê várias idas à sala preferida pela meninada. Às vezes, realiza atividades mais dirigidas, como fazer cálculos na banquinha de feira. Em outros momentos, todos ficam livres para se divertir. Nesses, Silvana organiza cantinhos temáticos e deixa que os pequenos se revezem entre eles. Para ampliar as possibilidades, ela também utiliza a varanda que conecta a área à sala de aula. Ali eles têm condições de usar as bolas, espalhar os jogos maiores e até experimentar uma minitabela de basquete. O tempo todo, a professora circula entre os grupos para conferir como está a participação.

Mais tarde, na mesma varanda, sentada no chão, Silvana lê um livro sobre bichos de estimação com seus 30 alunos. Em poucos segundos, há várias mãozinhas levantadas: os pequenos querem compartilhar as histórias de seus cachorros e gatos. Após a roda de conversa, eles voltam à classe para desenhar e escrever em um cartão o nome de um animalzinho que têm ou que queriam ter. Todo dia há uma atividade de leitura e uma de escrita e as hipóteses logo surgem. Fellipe Rodrigues, 6 anos, percebe que Fofo, o cão que imaginou, começa com a letra de seu nome. Danielly Tenório Costa, 7, quer ir além e escrever Vermelhinho. "Antes eu só riscava. Agora já sei escrever", diz, orgulhosa.

Nos grupos de quatro mesas, a docente aproxima alunos em diferentes níveis de alfabetização. Alguns chegaram à escola no nível pré-silábico e já se tornaram alfabéticos. "Hoje sei do que cada um precisa", diz. Para alcançar essa confiança, além da experiência em sala, Silvana buscou capacitações, especialmente quando o Ensino Fundamental passou a ter nove anos. "Não sabia se tinha de ensinar a escrever ou não", lembra. Hoje, a dúvida está superada. A tranquilidade das crianças revela estar correto o caminho pelo qual a professora superou seu dilema: brincar ou escrever durante o 1º ano? Os dois juntos.

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