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Burnout: a síndrome do esgotamento físico e mental

Entenda o que é, quais são as causas e confira 14 dicas para prevenir a síndrome

POR:
Ana Carolina C D'Agostini
Crédito: Getty Images

Falta de motivação, sensação de esgotamento físico e mental, vontade de se isolar. Irritabilidade, pessimismo, dificuldade de concentração, ansiedade. Dores de cabeça e nas costas, fraqueza, mudanças bruscas de humor, insônia, lapsos de memória. A combinação de todos esses sintomas tem nome: Síndrome de Burnout, (ou Síndrome do Esgotamento Nervoso).

A síndrome, que foi definida pelo psiquiatra alemão Herbert Freundeberg em 1974, pode ser desenvolvida em resposta ao estresse excessivo e prolongado de atividades relacionadas ao trabalho. A palavra Burnout, de origem inglesa, é resultante de duas outras: burn, que significa "queimar" e out, que quer dizer "fora". Em tradução para o português, o termo expressa "queimar por completo". O estado de exaustão intensa nos níveis físico e mental faz com que um indivíduo se sinta sobrecarregado a ponto de tornar-se incapaz de responder às demandas constantes de sua função no trabalho.

O estresse faz parte da vida de todos nós, principalmente devido ao excesso de atividades que exercemos e às inúmeras possibilidades da vida moderna. Entretanto, é importante estar atento a quando esse estresse se torna nocivo e insalubre. Todo profissional conhece alguém da área que já abandonou a profissão, ou que até mesmo precisou se afastar de suas atribuições por estar à beira de um colapso. Outros profissionais reconhecem esses sintomas, porém se tornam relutantes em procurar ajuda por considerar que se sentir de determinada forma é inerente ao status quo de sua ocupação.

A profissão docente se destaca por estar dentre aquelas que possuem altos riscos de desenvolvimento da Síndrome de Burnout quando comparada às demais profissões. Os principais fatores associados à Síndrome são condições ruins de trabalho, carga horária excessiva, baixa remuneração, dificuldades na gestão de sala de aula e condições desfavoráveis na organização do sistema educacional. Entretanto, em seu livro Leading from the edge (em tradução livre “Conduzindo no limite”, ainda sem tradução para o português), o educador James Hilton afirma que a Síndrome de Burnout entre professores não deve ser vista somente como resultado desses fatores. Para ele, pode ser consequência de estresse persistente, do sentimento de isolamento e de falta de apoio na profissão.

Certamente, há muito a ser otimizado no ambiente escolar para que os professores possam desempenhar seu trabalho de maneira mais equilibrada. Mas para além das melhorias na profissão, a nível individual, cada um deve atentar-se aos agentes causadores de estresse na própria rotina e pensar em estratégias para minimizar esses fatores.

Dicas para evitar a Síndrome de Burnout

  • Não ignore os sintomas físicos e emocionais. Procure assistência médica e psicológica;
  • Promova espaços de troca e discussão no trabalho;
  • Estabeleça prioridades. Organize listas diárias com os afazeres mais urgentes e defina quais são os seus objetivos a longo prazo, quebrando-os em tarefas menores;
  • Identifique quais são os seus causadores de estresse mais comuns. Quando não estiver em um momento estressante, estabeleça formas de lidar com eles;
  • Organize sua rotina de maneira que sempre haja tempo para uma atividade de lazer. Torne-a tão importante quanto as demais obrigações;
  • Movimente-se! Escolha uma atividade física prazerosa que caiba na sua rotina: caminhada, yoga, dança, bicicleta…;
  • Cultive hobbies. Descubra uma atividade que seja leve e estimulante;
  • Cuide do seu bem-estar. Procure alimentar-se de forma saudável e dormir em horários regulares;
  • Busque grupos de apoio. Não guarde para si os seus sentimentos e preocupações;
  • Defina quem são aquelas pessoas com quem você pode contar em momentos de dificuldade;
  • Estabeleça alguns dias da semana em que não dará continuidade ao trabalho após voltar para casa;
  • Busque o progresso em suas tarefas, não a perfeição;
  • Procure minimizar as distrações e crie um ambiente de trabalho favorável;
  • Não se esqueça de fazer planos que não envolvam o trabalho.

E você, professor? Como lida com o estresse do dia a dia? Escreva nos comentários abaixo!

Ana Carolina C. D'Agostini é psicóloga e pedagoga com formação pela PUC-SP e mestre em Psicologia da Educação pela Columbia University. Trabalha como consultora de projetos em competências socioemocionais e é consultora do projeto de Saúde Mental do Educador da Nova Escola

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