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Tecnologia: 5 dicas para inserir ferramentas digitais em suas aulas

A professora Débora Garofalo, finalista do Global Teacher Prize, compartilha suas dicas

POR:
Débora Garofalo
Crédito: Getty Images

Levar ferramentas digitais para as aulas parece um desafio muito grande para a maioria dos docentes e para as escolas brasileiras. Temos muito a avançar, começando por romper barreiras de infraestrutura, conectividade e formação docente continuada.

E como perder o medo novo? Como superar as dificuldades e levar as ferramentas digitais para a sala de aula? Não existe uma receita pronta! O primeiro passo para que isso ocorra é uma mudança de atitude em nós, professores, compreendendo que  inserir ferramentas digitais é uma possibilidade de reinventar a Educação e integrar áreas do conhecimento. O objetivo de seu uso é formar pessoas com conhecimentos variados, desenvolvendo habilidades, como as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), pautadas nas competências socioemocionais e com foco para preparar nossos alunos para os desafios futuros.

O uso de tecnologias permite que os alunos resolvam problemas ao conectar ideias que pareciam desconectadas. Elas ajudam os estudantes a “pensar fora da caixa”, beneficiando desta maneira, o aprendizado interdisciplinar e trazendo os estudantes para o centro do processo cognitivo.

O professor também é bem atuante neste cenário. Ele é o responsável por oferecer mediação e apoio, exercendo a colaboração e aprendendo neste processo de forma integrada e uns com os outros. A seguir, destaco 5 dicas para inserir ferramentas digitais em suas aulas: 

1. Comece simples, com low tech (tecnologia de baixo recurso)

Muitas vezes, imaginamos que é necessário ter todo um aparato tecnológico para levar a tecnologia para as aulas – o que é um grande equívoco! É possível utilizar velhas ferramentas conhecidas (como o pacote Office) garantindo grande interação nas aulas. Um bom exemplo disso, é o Power Point, que detém muitas funções e possibilidades. Com o programa é possível montar apresentações animadas, fazer vídeos, criar jogos, fazer campanhas... basta deixar a imaginação fluir.

2. Perca o medo

Sempre falamos que é necessário ter altas expectativas para os alunos. Concordo com isso e acrescento que também é necessário ter altas expectativas para os professores. O docente também tem que ter a oportunidade de vivenciar a aprendizagem. Não podemos ter medo de mexer em programas, explorá-los e conhecê-los. Ler sobre o assunto é sempre fundamental (se está em busca de indicações de leituras, fiz uma seleção que você pode acessar aqui). Parte do processo de perder o medo é seguir a filosofia maker, de aprendermos uns com os outros. Para essa troca, é possível procurar espaços em que a aprendizagem criativa é ofertada – deixo a dica dos hackerspaces, espalhados pelo Brasil, que são espaço gratuitos para quem quiser colocar a mão na massa.

3. Use o que está nas mãos:

É equivocado pensar que para usar tecnologia necessita ter equipamentos. Muitas vezes, não começamos o aprendizado pelos equipamentos, mas fora dele. Dois bons exemplos disso são o ensino de programação desplugada, iniciado com fora do computador com experimentação de forma prática, e a gamificação, que permite elencar elementos dos jogos.

O celular neste cenário é um importante recurso pedagógico por permitir que uma série de infinidades pedagógicas sejam trabalhadas de acordo com a proposta do professor: realidade virtual, produções de vídeos, construção de narrativas, programas de colaboração... e offline, sem a necessidade de estar conectado.

4) Permita aprender com os alunos

O nosso papel mudou. Somos mediadores de conhecimento, e, para tal, é necessário se permitir aprender uns com os alunos. O dialogo é o melhor caminho para que isso ocorra. Ouvir os alunos e construir propostas de forma democrática, demostrar a eles os objetivos e os deixar participar ativamente da construção da aprendizagem faz parte desse processo. 

5) Acredite em você mesmo

Tenha altas expectativas sobre você mesmo. Permita que a inventividade e a criatividade invadam a sua sala de aula. Lembre-se: você é a principal mudança para que a Educação ocorra e usar ferramentas digitais não garantem a aprendizagem em si. Você é parte decisiva desse aprendizado, por isso, é necessário que a tecnologia venha acompanhada de objetivos claros, ações de pertencimento e que realmente seja usada para alavancar a aprendizagem.

E você, querido professor, quais são suas dicas para inserir ferramentas digitais nas aulas? Conte aqui nos comentários e ajude a alavancar a aprendizagem dos estudantes.

Um grande abraço,

Débora Garofalo

Professora da rede Municipal de Ensino de São Paulo, formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, colunista de Tecnologia para o site da NOVA ESCOLA, Vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil e Top 10 no Prêmio Global Teacher Prize, considerado o Nobel da Educação.