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Metodologias ativas: o que os seus alunos ganham com elas?

Com a sala de aula invertida e outras abordagens inovadoras, os estudantes vão para o centro do processo de aprendizagem

POR:
Débora Garofalo
Ao romper com o modelo tradicional de ensino, as metodologias ativas potencializam a aprendizagem. Foto: Getty Images

Sala de aula invertida, projetos, atividades entre pares. As chamadas metodologias ativas são um assunto que parece inesgotável. Afinal, são uma boa oportunidade para aperfeiçoar a Educação, em todas as disciplinas e etapas.

Elas fogem totalmente do ensino tradicional: nessa abordagem, o conteúdo é planejado para tirar o aluno da passividade, trazendo-o para o centro do processo de aprendizagem. Além disso, permitir o protagonismo do estudante colabora - e muito - para que o aprendizado seja significativo. E papel do professor também muda totalmente: ele passa ser um mediador e parceiro dos estudantes. 

E quais são, afinal, os ganhos para o aluno?

São inúmeros! Com as metodologias, os estudantes têm a oportunidade de participar ativamente da construção do conhecimento, lançando mão da autoria e do protagonismo para resolver problemas reais e se apropriar do conhecimento. Há também abertura para aprender por meio de projetos, com grandes incentivos para explorar um problema até chegar em uma solução.

No cenário atual, os professores acabam disputando a atenção dos alunos com celulares, redes sociais, séries, filmes e jogos. Com tantos estímulos, reinventar essas aulas é essencial nesses novos tempos, já que essas novas estratégias de ensino permitem aos estudantes problematizar o conhecimento, tirar dúvidas e testar na prática o conhecimento recebido. 

Um bom exemplo são as aulas invertidas. Como o próprio nome explica, a ideia é trocar o caminho tradicional da aula: os alunos acessam um conteúdo online para otimizar o tempo e usam as horas em sala de aula para tirar dúvidas, interagir com os pares e desenvolver projetos. 

Vamos conhecer outras metodologias ativas? 

Sala de aula invertida

O termo é uma tradução da expressão em inglês flipped classroom. Essa modalidade de ensino inverte, literalmente, a ordem de como se dá tradicionalmente uma aula. Os conteúdos são apresentados aos estudantes em casa ou em outros espaços por meio de ferramentas digitais, trazendo mais flexibilidade. Com o tempo que seria dedicado à aula expositiva liberado, a sala de aula pode se transformar em um ambiente em que estratégias de aprendizagem ativa podem ser usadas para aprofundar a compreensão e esclarecer as dúvidas dos estudantes.

Aprendizagem baseada em problemas 

Na aprendizagem baseada em problemas, os estudantes são estimulados a encarar um desafio e resolvê-lo de maneira colaborativa, explorando possíveis soluções. Muito ligada ao pensamento científico, é uma metodologia que abandona o conteudismo e explora a capacidade do aluno de investigar, refletir, criar e testar uma hipótese com o objetivo de resolver o problema apresentado.

Projetos

A aprendizagem baseada em projetos é semelhante ao modelo do tópico anterior. Em ambos os casos, os estudantes irão encarar um desafio e serão estimulados pelo professor a resolvê-lo colocando a mão na massa em vez de ficar apenas na teoria para buscar as soluções.

Atividades entre pares

Nessa abordagem, a classe se divide em grupos - cabe ao professor estabelecer o número de integrantes. Na sequência, o docente orienta a atividade, que pode se basear em um dos métodos anteriores: aprendizagem baseada em problemas ou projetos. A ideia é os estudantes compartilhem ideias entre si, chegando a uma solução colaborativa, de modo que aprendam a lidar com opiniões divergentes.

Quando calcadas em um planejamento bem feito, com objetivos de aprendizagem claros, e na vontade de inovar, as metodologias ativas podem impulsionar a aprendizagem ao ampliar o engajamento do aluno e ao tornar as aulas mais produtivas.

E você, querido professor? Vamos compartilhar nos comentários como você explora essas novas ferramentas nas suas aulas? 

Um abraço,

Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil e uma das dez finalistas do Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.