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“Meus alunos se apaixonaram pelo estudo do tratamento da água”

Em depoimento, a professora Mônica Felismino revela como um dos planos de aula de NOVA ESCOLA venceu a resistência e engajou estudantes do 5º ano

POR:
Mônica Matheus Felismino
Crédito: Acervo Pessoal/Mônica Matheus Felismino

Em 12 anos de magistério, sempre usei os planos de aula de NOVA ESCOLA de alguma maneira. Quando saí da faculdade de pedagogia, ainda ficava um pouco perdida. Tinha muitas dúvidas. Mas não aproveitava tudo o que o plano tinha a me oferecer. Eu pesquisava, encontrava uma atividade que me parecia interessante e utilizava. Há uns quatro anos, passei a estudar a fundo os planos e o resultado não poderia ter sido mais satisfatório. 

Vi diferença no desenvolvimento dos meus alunos e no meu crescimento como docente. No ano passado, me deparei com a necessidade de abordar o tema do tratamento da água com os meus alunos do 5º ano da EM Doutor Isidoro Boucault, em Mogi das Cruzes (SP). Como não sou especialista em Ciências, sempre busco pesquisar mais e encontrar materiais que possam tornar a minha aula mais potente. Nesse caso não foi diferente. O tema, que aparecia tanto no currículo da rede municipal em que leciono quanto na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), estava muito bem contemplado pelo plano de aula Distribuição de Água Potável, criado pela professora Fransueli Góes (clique aqui para conferir)

Confira planos de aula alinhados
à BNCC de Ensino Fundamental 1 

Como é do meu costume, estudei todo o plano. Fiz as pesquisas indicadas, li os textos e reportagens, assim como assisti aos vídeos linkados no material. Nesse momento de preparo, também anotei tudo o que eu precisava fazer para que a aula ficasse pronta. Por exemplo, separar conteúdos para os alunos pesquisarem em sala. Após meu planejamento, me senti segura para abordar o tema em sala de aula. 

Quando apresentei à turma o assunto dos dias seguintes, a recepção não foi das melhores. Um dos alunos chegou a me questionar: “Vamos falar de novo sobre água? Todo ano a gente estuda isso”, emendando com um tom de reclamação “Você vai querer que a gente desenhe o ciclo da água, professora?”. Como eu já estava segura do que faríamos, expliquei como seria a sequência e a classe já ficou mais animada com o processo. 

No dia da aula, tivemos uma conversa animada. A questão disparadora sugerida pelo plano “De onde vem água que chega em nossas casas?”, assim como as sugestões de intervenção para o período durante as atividades, me ajudaram bastante no direcionamento da aula e na construção de conhecimento dos alunos sobre o tema. A turma conversou em grupos sobre como a água chega em suas casas. É encanada? Tem caixa d´água? Filtro? Poço? Compra do supermercado? A ideia é que eles refletissem sobre a origem dessa substância que é essencial para a nossa sobrevivência.

Na sequência, ainda em grupos, distribuí os materiais que havia separado anteriormente para eles fazerem as pesquisas sugeridas pelo próprio plano de aula. O único dilema foi o fato de meus alunos terem solucionado tudo na metade do tempo previsto. Claro que todo professor fica um pouco nervoso quando as coisas saem do planejamento. Não esperava que a atividade terminasse tão rápido.  Mas, após anos de experiência, e tendo estudado a fundo o tema a ser abordado em aula, foi fácil pensar no que fazer.

Lembrei que havia uma aula vaga no laboratório de informática e que, em minhas pesquisas, descobri que o tratamento de água na minha cidade é um pouco diferente. Organizei meus alunos em duplas e eles iniciaram uma busca pela internet. Pesquisamos qual era a empresa que fazia o tratamento de água em nossa cidade, quais áreas ela atendia, de onde a água era retirada e até mesmo como era feita a cobrança aos moradores. As descobertas foram compartilhadas por todos de maneira muito entusiasmada.

De volta pra casa, fiquei pensando em como explorar melhor o interesse da turma e aprofundar os estudos no tema. Entrei em contato com o Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) para verificar a possibilidade de uma visita monitorada com a minha turma. A visita foi um total sucesso. As crianças amaram. Elas aprenderam sobre como a água chega até lá, qual é o processo para ela ser purificada, os tanques pelos quais precisa passar e como é entregue à população. Depois da visita, os alunos responderam a um pequeno relatório com os principais aprendizados do dia e posteriormente até aparecemos no portal do município.

Crédito: Acervo Pessoal/Mônica Matheus Felismino

Nesse momento, meus alunos já estavam apaixonados. Um deles me sugeriu a criação de uma mini estação de tratamento de água. Fiquei encantada com a empolgação deles. Acredito que, como professora, estou aqui para estimulá-los a aprender cada dia mais e dar ferramentas para isso. Então, fui direto pesquisar como poderíamos colocar em prática a sugestão do estudante. Tive a ideia de criar uma maquete com materiais recicláveis, mas que também filtrasse a água. Fizemos os tanques com plásticos que encontramos no lixo e utilizamos um filtro doméstico. Posteriormente, os alunos ainda foram organizados em quatro grupos para pesquisa e confecção de novas maquetes sobre questões climáticas que envolviam a água. Tratamos de efeito estufa, chuva ácida. desertificação e poluição dos rios. 

O plano de aula da professora Fransueli acabou se tornando o início de uma sequência didática muito rica para minha turma. Fiquei muito satisfeita com o resultado final. Para encerrar, propus uma reflexão e uma autoavaliação. Pedi para que os alunos pensassem sobre a qualidade de todo o processo de tratamento da água. Perguntei sobre o caminho das águas até as casas, os tanques de tratamento, o rio que alimenta a distribuição e a importância da água para a nossa existência. Ainda nesse momento, solicitei que escrevessem o que eles tinham mais gostado de aprender e sobre quais aprendizados eles não esqueceriam durante essa jornada. As respostas confirmaram o que vi no dia a dia da sala de aula. Eles realmente se engajaram no tema e esse aprendizado foi significativo para o cotidiano de cada um.

Mônica Matheus Felismino é professora há 12 anos. Atualmente, ela leciona na EM Doutor Isidoro Boucault, em Mogi das Cruzes (SP), e costuma usar os planos de aula para inspirar novas atividades e entender a aplicação da BNCC. 

Depoimento a Anna Rachel Ferreira

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