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“Inspirados nos franceses do século XVIII, meus alunos escreveram suas próprias cartas com queixas sociais ao Congresso Nacional”

Professora Fabíola Iszlaji conta como foi buscar ideias e inspirações para trabalhar Revolução Francesa

POR:
Lucas Santana
Crédito: Getty Images

“Tenho quase 20 anos de experiência em sala e sempre preparei minhas aulas por conta própria. A experiência de trabalhar a distância é uma novidade para mim. Nunca havia trabalhado no formato remoto e, para ser sincera, nunca pensei em dar aula a distância. Entretanto, por força da pandemia, tivemos que aderir ao formato.

Acabei encontrando as sugestões de planos de aula da NOVA ESCOLA para uso remoto nas redes sociais, sedo que alguns dos planos já estavam adaptados para aulas a distância. Ao clicar, encontrei coisas muito interessantes que davam para ser adaptadas para usar com a minha turma, como o trabalho com documentos históricos.

Neste período, eu precisava trabalhar a Revolução Francesa com meus alunos, um tema muito importante para o 8º ano do Ensino Fundamental. Pesquisei no site da Nova Escola um plano adequado ao conteúdo estudado pela turma e foi então que achei o plano “As insatisfações dos três Estados no início da Revolução Francesa”. Era justamente o que eu estava precisando sobre a Revolução e a era napoleônica.

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O plano era proposto, inicialmente, para uma aula presencial, em que haveria uma troca de ideias entre os colegas. Por conta de ter sido realizado a distância, adaptamos o formato para o modelo por videoconferência. Fizemos, cada um de sua casa, um exercício de leitura compartilhada dos materiais disponíveis no plano e todos fizeram suas anotações.

Adaptei algumas partes da aula, como as cartas que compunham o Caderno de Queixas, documento que os franceses enviaram a Assembleia dos Estados Gerais, em 1789. Marquei os horários das aulas com os alunos e mandei os documentos históricos para que eles pudessem ler o material com antecedência. Depois, durante a aula online, nós lemos juntos as cartas e fizemos comparações. Concomitantemente, trabalhei com outros materiais, como documentários e videoaulas.



Adaptei também a proposta da atividade e estabelecemos que cada um deveria elaborar uma carta que iria compor um Caderno de Queixas para o Congresso Nacional do Brasil. Dessa adaptação surgiram trabalhos muito legais. Gostei da ideia de trabalhar com os documentos desta proposta para poder relacionar o passado com o presente, bem como o fato de que os alunos podem se colocar nessa situação, já que estamos atravessando uma crise econômica assim como aconteceu no período histórico estudado. Na metade do século XVIII, a França estava às vésperas da Revolução, e um dos objetivos do plano é trabalhar com a questão da crítica política, fazer da história um momento de reflexão, de análise dos alunos.

Achei a proposta interessante porque coloca os alunos para pensar sobre o papel de cidadão na sociedade, sobre como queremos e podemos ser ouvidos. A experiência no geral foi muito boa.  Os alunos conseguiram captar o contexto pois já tínhamos trabalhado o tema em uma aula anterior.  Eles entenderam muito bem o que estavam lendo – cartas escritas no século XVIII, na França pré-revolucionária, traduzidas para o português – mesmo se tratando de um texto com linguagem diferente do que são acostumados.

Em geral, não trabalho com planos de aula produzidos por outros educadores porque gosto de elaborar minhas próprias aulas. Contudo, gosto de pesquisar ideias de metodologias, de didática e formas diferentes de trabalhar os conteúdos. Foi uma boa experiência trabalhar com o plano de outro professor. Gostei do plano da proposta porque ele sugere trabalhar a partir de documentos históricos e imagens, problematizando-as. Nunca havia trabalhado com as cartas do Caderno de Queixas, por exemplo. Essa experiência de trabalhar com propostas de outros professores vale muito a pena para o educador que quer complementar a sua aula, para compor com aquilo que já estamos acostumados a trabalhar. O plano é muito bem desenhado.  Eu recomendaria aos meus colegas professores, é uma possibilidade interessante.

Fabíola Iszlaji de Albuquerque é professora no Colégio Santa Maria, em São Paulo (SP) e leciona História para as turmas de 8º ano do Ensino Fundamental na escola. Tem 20 anos de experiência em sala de aula, em geral, trabalhando com planos de aula próprios. Neste ano, porém, decidiu buscar ideias e inspirações em planos de aula no site da NOVA ESCOLA.

 

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