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Use jogos construídos pelos alunos para celebrar o Dia da Matemática

Confira sugestão de trabalho para envolver os alunos e abordar aspectos matemáticos de maneira criativa

POR:
Selene Coletti
Dia da Matemática é oportunidade para aproximar a disciplina dos alunos. Foto: Acervo da autora

A Matemática é, para muitos, um grande desafio a ser superado, algo difícil e quase nada prazeroso, como já conversamos aqui. Sempre levei esse assunto para discussão com os meus alunos com o objetivo de desmistificar essa área do conhecimento – que perpassa todas as outras. Questionava as turmas sobre onde encontrávamos a Matemática no nosso dia a dia, e elas se surpreendiam ao perceber que estava em tudo.

O Dia Nacional da Matemática, comemorado em 6 de maio por ocasião da data de nascimento do grande escritor e professor Malba Tahan, é uma oportunidade para iniciar esse diálogo sobre a disciplina e aproximar seus alunos de uma Matemática mais significativa. E uma das maneiras mais interessantes é o trabalho com jogos, que vocês já sabem o quanto eu utilizo e aprecio!

No ano passado, fizemos na nossa escola, com o apoio do Grêmio Estudantil, um circuito de jogos e brincadeiras para os alunos dos Anos Iniciais do Fundamental que foi um sucesso. Neste ano, pretendemos fazer um pouquinho diferente. Antes de explicar o que faremos, vou retomar o que aconteceu durante a formação que originou essa ideia.

Compartilhando boas práticas

Em uma das formações do Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), propusemos aos professores que compartilhassem boas práticas. Uma delas foi a da professora de Educação Física, Tatiana Piovani Dias – já contei aqui uma proposta dela –, que trouxe o trabalho realizado com os alunos dos sétimos anos sobre diferenças de jogos tradicionais e jogos eletrônicos.

Segundo a professora Tatiana, tudo começou com uma roda de conversa sobre a evolução dos jogos eletrônicos até os e-sports (que são as competições de jogos eletrônicos). Foram abordadas questões financeiras que giram em torno da venda desses jogos, a adesão dos participantes e os campeonatos.

Foi a partir daí que ela decidiu trabalhar com os alunos protótipos (que poderiam ou não envolver movimento físico) com a possibilidade de virarem jogos eletrônicos, mas que também pudessem ser jogados tradicionalmente no ambiente físico, já que, no momento da atividade, essa era a possibilidade inicial de trabalho.

Tudo isso se transformou em um debate sobre jogos tradicionais X jogos eletrônicos. Em seguida, foi proposta a elaboração de jogos conforme uma série de requisitos que os alunos deveriam observar, por exemplo: 

  • Nome e regras do jogo;
  • Materiais que atenderiam à proposta;
  • Idade adequada à qual o jogo se destinava;
  • Apresentação visual do jogo, dentro de uma caixa ou uma sacola que acomodasse todas as suas peças;
  • Os jogos serem inéditos.
    Como a proposta era que eles deixassem de ser protótipos, os alunos aprenderam a vendê-los aos possíveis compradores, que eram os colegas da sala. Antes, porém, era preciso apresentar cada jogo ao controle de qualidade. Após a primeira apresentação, os colegas fizeram apontamentos e jogaram uns com os outros para validação. Esse foi um dos pontos que permitiu aos alunos caprichar na produção, já que o jogo tinha um destinatário.

Foram produzidos jogos diversos, como tabuleiro dos animais, tabuleiro das cores, futebol de peteleco, jogo do dicionário, jogo de cartas Pam Pam e boliche dos desafios, entre outros.

Alunos durante a produção de jogo de tabuleiro. Foto: Acervo da autora

De acordo com a professora Tatiana, o jogo de cartas Pam Pam tem como foco a Matemática, unindo adição e subtração de acordo com a cor da carta que o jogador tem em mãos.

No boliche dos desafios, o jogador que derrubar menos pinos na sua jogada deve cumprir um desafio corporal.

Ao produzir os jogos, os alunos colocaram em ação muitos conceitos matemáticos, além das inúmeras trocas que aconteceram entre si e entre os grupos.

O trabalho e o Dia da Matemática

Diante da riqueza desse trabalho desempenhado pelos alunos e pela professora Tatiana, propusemos a sua utilização, em 2023, no Dia da Matemática, para as turmas dos Anos Iniciais do Fundamental.

A nossa ideia é organizar “cantos” no pátio da escola com os diferentes jogos. Em cada “canto”, os autores dos jogos estarão ali para apresentar as regras e orientar sua utilização. Os alunos do Grêmio Estudantil da escola vão organizar os horários para cada turma. Depois conto para vocês como tudo isso aconteceu. Tenho certeza de que os alunos vão se divertir e aprender bastante.

Duas possibilidades de trabalho

É possível propor a criação de jogos ou levar jogos matemáticos. Foto: Acervo da autora

Você também pode, como fez a professora Tatiana, propor que sua turma crie jogos para serem utilizados. Certamente essa produção será uma boa oportunidade para trabalhar conceitos matemáticos, como disse anteriormente.

Outra possibilidade é levar diferentes jogos, com objetivos pontuais, para a turma colocar a mão na massa. Se isso não for algo comum na sua rotina, é uma boa oportunidade para começar e, assim, permitir que os alunos se encantem com tantas aprendizagens envolvidas em um jogo. Se você ainda não se convenceu, escolha um jogo e jogue-o elencando para si os aprendizados. Terá muitas surpresas!

Em ambas as situações, sua turma estará aprendendo de uma forma bastante significativa e o Dia da Matemática será especial, pois se aproximará das ideias do professor Malba Tahan, que acreditava em uma Matemática com situações-problemas desafiadoras e em uma aprendizagem com significados.

E você, como vai trabalhar o Dia da Matemática com seus alunos?

Até a próxima!

Selene

Selene Coletti é professora na rede pública há 40 anos. Atuou na Educação Infantil e foi alfabetizadora por dez anos, lecionando do 1º ao 5º ano. Em 2016, foi uma das ganhadoras do Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, com o projeto Mapas do Tesouro que São um Tesouro, na área de Matemática. Foi diretora de escola e recebeu, em 2004, o Prêmio Gestão para o Sucesso Escolar, do Instituto Protagonistes/Fundação Lemann. Atuou como coordenadora do Núcleo de Formação Continuada e também como formadora da Educação Infantil na Prefeitura de Itatiba (SP). Atualmente é vice-diretora da EMEB Philomena Zupardo, em Itatiba.

 

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