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Quando o verbo tem dois particípios, há alguma regra que determine o uso de cada um?

S.O.S. Português

POR:
Beatriz Vichessi, Beatriz Levischi

Pergunta enviada pela leitora Luize Brás, Recife, PE

Sim. O uso é determinado pelo verbo que antecede o particípio. Com os verbos ter e haver, devemos usar o particípio regular (marcado pelas terminações -ado ou -ido). Por exemplo: "Ele tinha salvado o arquivo" e "Ela havia prendido o dedo". Já com o ser e o estar, emprega-se o irregular: "Ele foi salvo por um herói" e "Os bandidos estão presos". Outros verbos, como aceitar, limpar, entregar e eleger, seguem a mesma regra (aceitado e aceito, limpado e limpo, entregado e entregue e elegido e eleito). Porém, para outros, como ganhar, pagar e pegar, a tendência moderna é o uso cada vez maior do particípio irregular (ganho, pago e pego, respectivamente) seja lá qual for o verbo antecessor. Por exemplo: "Ele havia ganho muitos presentes" e "Ele tinha ganho muitos presentes". Essa desobediência não consititui erro. É considerada pelos estudiosos um movimento natural da língua.

Embora tenha só um particípio, o verbo chegar também merece uma observação à parte. Muitas pessoas usam chego como particípio ("Eu tinha chego tarde"). Está errado. O correto é "Eu tinha chegado tarde". Chego é a forma da primeira pessoa do presente do indicativo ("Eu chego cedo."). Alguns gramáticos dizem que isso pode estar sinalizando a formação de um novo particípio. Pode até ser, mas ainda não é aconselhável falar ou escrever assim.

Consultoria Douglas Tufano, professor de Língua Portuguesa e autor de livros didáticos e paradidáticos.

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