Plano de Aula
Plano de aula: Pintura com tinta de beterraba
Plano 3 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Suportes para deixar marcas
Por: Bárbara de mello
Aula
O que fazer antes?
Contextos prévios:
A tinta de beterraba, além de natural, é um meio acessível e interessante no cotidiano dos bebês. Para confecção dela, cozinhe a beterraba com pouca água e, em seguida, a bata no liquidificador para que fique bem pastosa. Você pode peneirar ou deixar a beterraba em pedacinhos. O ideal é que possa haver potes com tintas de beterraba em consistências diversificadas. Uma dica é colocar em potes transparentes para que o bebê possa ver o conteúdo. A tinta natural pode ser preparadas previamente e armazenada na geladeira por um período até a realização da atividade. Garanta que os bebês estejam com roupas confortáveis e convidem os que se sentirem à vontade para tirar as meias e os sapatos. Planeje previamente com um outro educador uma organização que atenda à necessidade dos bebês que desejem e/ou precisem tomar banho após a experiência com a tinta e, que para esta atividade, estejam disponíveis, seguros e com suas necessidades básicas atendidas.
Materiais:
Papéis pardos, panos ou lençóis na cor branca, pincéis grossos (trincha), pedaços de esponja vegetal, esponja de cozinha, escovas pequenas (como por exemplo, de lavar roupas), potes com a tinta e fita crepe.
Espaços:
A atividade pode ser realizada na área interna ou externa. Organize, previamente, o espaço escolhido com os papéis pardos forrados por todo o chão e, nas paredes, forre panos ou lençóis na cor branca em altura até onde um bebê na ponta dos pés e esticando seus braços na vertical possa alcançar. É necessário que os papéis e lençóis estejam bem fixados e garantam o movimento livre dos bebês em suas pesquisas e corporeidade. No chão, disponibilize, lado a lado, os pincéis, as escovas de lavar roupa, as esponjas e os potes com a tinta de beterraba.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 40 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Como cada bebê utiliza os materiais escolhidos para traçar suas próprias marcas?
2. Quais linguagens utilizam, como se expressam e como compartilham suas produções? Como expressam desejos e necessidades ao realizar a proposta?
3. Como cada bebê movimenta seu próprio corpo e interage com o espaço, com os materiais e demais pessoas durante sua pesquisa exploratória?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Incentive que os bebês participem, respeite suas especificidades e o tempo de cada um, conversando sobre o que estão vendo, pois observar também é uma forma de participar. Encoraje sem forçar o contato com a tinta. Assim, no decorrer da proposta, eles podem explorar os demais objetos apresentados, de acordo com seus próprios interesses.O corpo também pode ser um importante meio de expressão durante a proposta, por isso, os bebês, se assim desejarem, podem utilizar mãos, pés, pernas, braços, entre outros modos, para experimentar a tinta de beterraba, pintando seus corpos e/ou deixando marcas no papel e nos lençóis por meio do registro dos seus movimentos.
O que fazer durante?
1
Convide todos os bebês para se locomoverem até o local escolhido e apresente a proposta. Reserve um tempo para que eles reconheçam e interajam com o espaço e materiais de forma livre. Observe como serão as reações dos bebês e registre-as em fotografias e/ou textos para uma posterior reflexão sobre a experiência e para compartilhar com eles e com as famílias. Disponibilize uma caixa com brinquedos para aqueles que não se sentirem à vontade para manusear a tinta de beterraba. Lembre-se de que os demais materiais, por exemplo, os pincéis e esponjas, também, são objetos possíveis de pesquisas exploratórias dos bebês.
2
Os bebês podem ficar curiosos para manusear a tinta de beterraba que há nos potes. Nesse sentido, eles estarão em contato com texturas diversas disponibilizadas.
Encoraje os bebês que demonstram alguma reação de estranheza em relação ao que observam. Aproxime-secom a seguinte fala: você achou diferente a textura? É tinta de beterraba, que tal pegar um pouco? Nesse momento, pegue a tinta e ofereça passar da sua mão para a dele, sendo apoiador e parceiro na pesquisa exploratória.
Possíveis ações da criança neste momento: Um bebê se locomove até um dos potes com a tinta de beterraba, se senta próximo a ele e pega um pouco dela. Num movimento de fechar as mãos, a tinta escorre entre seus dedinhos e ele observa atentamente essa ação. Pega mais um pouco com a outra mão e faz o mesmo gesto, ele abre e fecha as mãos repetidamente, ao mesmo tempo que balbucia, parecendo estar instigado, curioso com a sua pesquisa exploratória.
3
Neste momento, os bebês já devem estar manuseando pincéis, esponjas e escovas, pois esses materiais apresentam-se disponíveis e convidativos à livre exploração. Perceba como cada bebê utiliza o suporte escolhido ou se escolhe outros, ampliando o seu repertório investigativo com os objetos. Observe, também, os movimentos que realizam com o seu corpo, desde os dedinhos ao pegar um objeto, aos movimentos mais amplos quando engajados em suas produções. Garanta que todos se sintam confortáveis dentro de suas conquistas motoras e que estejam próximos uns dos outros e dos objetos. Os bebês podem se sentir interessados pelas esponjas, pelos pincéis e pelas escovas, eles podem manuseá-los e se engajar em pesquisas exploratórias com tais objetos. Apoie-os em suas descobertas e dê sentido às ações deles sempre que for necessário, acreditando na potência de cada bebê para investigar, interagir e se relacionar com seus pares, com o adulto, com os objetos e o espaço pensados e planejados previamente para eles.
4
Enquanto o grupo está engajado na proposta, se dirija às duplas ou aos pequenos grupos de bebês que já estejam utilizando os suportes para deixar marcas e disponibilize sua escuta e seu olhar atento às suas produções. Registre suas observações e esteja recíproco às ações dos bebês, interagindo com eles sempre que necessário, evitando dirigir as iniciativas. É importante dar tempo e liberdade para que os bebês possam fazer suas elaborações com autonomia. Convide especialmente aqueles que não sentiram-se bem com as texturas para que experimentem manusear a esponja ou outro material. É importante que você entre na brincadeira com as crianças, mostre possibilidades, convide e inspire-as com outros gestos.
Possíveis ações da criança neste momento: Dois bebês compartilham um mesmo suporte para realizar seus registros e a tinta de beterraba. Um observa a produção do outro, ao mesmo tempo que se engajam em suas produções. Um dos bebês pega uma esponja e descobre que, se pressioná-la contra a parede, deixa marcas novas e diferentes das que fez com o pincel. Seu par o observa e imita o mesmo movimento.
Possíveis falas do professor: Você percebeu o que ele fez com a esponja? Que interessante, você também conseguiu fazer o mesmo movimento.
Para finalizar:
Um pouco antes de terminar a atividade, sinalize às crianças qual será o próximo momento do dia, atribuindo uma previsibilidade à experiência seguinte do cotidiano. Isso ajuda na compreensão das noções de tempo e espaço. Incentive que guardem pincéis, esponjas e escovas. Pode ser que alguns bebês precisem tomar banho após essa atividade, mantenha o diálogo com eles e explique a rotina. Combine que, após a secagem das produções, vocês escolherão juntos um local para expô-las e compartilhá-las com a comunidade escolar.
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