O tema proposto para esta aula é uma provocação para que tenhamos ainda mais atenção à dimensão da inclusão social, por meio do esporte de marca e da discussão sobre as Paralimpíadas. Ao longo do plano, abordamos alguns conceitos que descreveremos aqui para facilitar o desenvolvimento das atividades propostas, o entendimento sobre o tema e a ampliação do olhar em relação a ele:
1 - Educação Inclusiva.
2 - Pessoa com deficiência.
3 - Visão subnormal.
4 - Esportes de marca.
5 – Paralimpíadas.
6- Classificação funcional.
7 - Competência e situação-problema.
Para facilitar a leitura, os documentos utilizados como base deste plano estão indicados na lista de bibliografias. Consulte!
Didaticamente, os conceitos estão separados, mas é importante que eles sejam compreendidos como vinculados uns aos outros, de maneira integrada, pois contribuem para o entendimento global sobre o tema, considerando que o conhecimento faz parte de um sistema complexo, não fragmentado.
1 - Educação Inclusiva
De maneira geral, a inclusão está associada à garantia dos direitos humanos. Partimos do entendimento de que
o movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. (BRASIL, 2014, p. 1)
Para investigar mais sobre o tema da inclusão, recomendamos que se aproprie de alguns importantes referenciais, como:
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Parecer número 17/2001, do Conselho Nacional de Educação – CNE.
Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva.
2 - Pessoa com deficiência
Este plano também tem como referência a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) destinada, logo no artigo 1º, a “assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania” (BRASIL, 2015, s/n).
De acordo como mesmo documento,
art. 2º - considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2015, s/n)
3 - Visão subnormal
Geralmente, para pesquisas com diferentes populações, a classificação da gravidade das deficiências visuais é sistematizada em leve, moderada ou grave, como apresenta o Relatório Mundial sobre a Visão, da OMS (2021). Essa subdivisão da gravidade é realizada com base na acuidade visual, entendida como “medida simples e não invasiva da capacidade do sistema visual de discriminar dois pontos de alto contraste no espaço” (WHO, 2021, p. 10).
Para os esportes, a classificação adotada é organizada de acordo com o nível de deficiência. Para o Comitê Paralímpico Internacional e o brasileiro (COB, 2020, s/n), “os competidores com deficiência visual são divididos em três classes de acordo com o comprometimento visual. Quanto maior a perda de visão, menor o número na nomenclatura da classe. No caso dos cegos, pode ser B1 (futebol de 5 e goalball), T11 ou F11 (atletismo) e S11 (natação)”. Esses dados podem ser acessados no próprio site do Comitê, disponível em:
https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3104/entenda-por-que-os-atletas-com-deficiencia-visual-precisam-usar-vendas-nas-competicoes. Acesso em 08 out. 2021.
4 - Esportes de marca
Como principal referência, seguimos o conceito apresentado na BNCC (2017, p. 214) a respeito de esportes de marca, sendo: “conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar os resultados registrados em segundos, metros ou quilos (patinação de velocidade, todas as provas do atletismo, remo, ciclismo, levantamento de peso etc.)”.
Considerando a realidade da escola pública brasileira e para facilitar a vivência em distintos contextos de atuação, neste plano, enfatizamos o atletismo, por meio de algumas provas de corridas, que estão relacionadas às Paralimpíadas de maneira geral.
5 - Paralimpíadas
De acordo com o site oficial do Comitê Paralímpico Internacional, “o esporte para atletas com deficiência existe há mais de 100 anos e os primeiros clubes esportivos para surdos já existiam em 1888, em Berlim. No entanto, foi só depois da Segunda Guerra Mundial que ele foi amplamente introduzido. O objetivo na época era ajudar o grande número de veteranos de guerra e civis feridos durante a guerra. Em 1944, a pedido do governo britânico, o Dr. Ludwig Guttmann abriu um centro de lesões na coluna vertebral no Hospital Stoke Mandeville na Grã-Bretanha e, com o tempo, o esporte de reabilitação evoluiu para o esporte recreativo e depois para o esporte competitivo”. Ainda de acordo com dados apresentados no site oficial do CPI, a primeira atuação oficial de esportistas com deficiência foi nos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948. Na ocasião, participaram 16 militares feridos e mulheres, na prova de tiro com arco.
Disponível em: https://www.paralympic.org/medals
Acesso em: 19 out. 2021 - tradução nossa.
No Brasil, preparamos o Documento 1 - História do Esporte Paralímpico Brasileiro, que apresenta a evolução do esporte no cenário nacional.
O site oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro apresenta, inclusive, indicações sobre como se tornar um atleta paralímpico, além de outros detalhamentos a respeito de esportes diferentes. Disponível em: https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3071/seis-informacoes-sobre-como-se-tornar-um-atleta-paralimpico Acesso em: 19 out. 2021.
6 - Classificação funcional
A classificação funcional é voltada para minimizar o impacto das deficiências no resultado da competição e, portanto, os atletas são avaliados e colocados em categorias de competição chamadas de classes esportivas, de acordo com o quanto sua deficiência afeta o desempenho esportivo, como exposto pelo Comitê Paralímpico Internacional (2010, tradução nossa).
No caso do atletismo, pode-se compreender a classificação:
PISTA
Track-T
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CAMPO
Field - F
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Característica
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T11 a T13
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F11 A F13
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Deficientes visuais
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T20
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F20
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Deficientes intelectuais
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T31 A T34
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F31 A F34
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Paralisados cerebrais caminhantes
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T35 A T38
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F35 A F38
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Paralisados cerebrais
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F40 A F41
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Anões
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T42 A T44
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F42 A F44
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Amputados ou com deficiência de membros inferiores
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T45 A T47
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F45 A F47
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Amputados ou com deficiência de membros superiores
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T51 A T54
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F51 A F57
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Competem na cadeira de rodas: sequelas de poliomielite, lesões medulares, amputações
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Fonte: (ROJAS, 2017, p. 74).
No 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, a unidade temática Esportes de marca é apresentada, assim como no 6º e 7º anos. A ideia é ampliar a apropriação das habilidades enfatizadas, de maneira a distinguir, claramente, a proposta realizada em cada um dos níveis de ensino. Ou seja, nos anos finais, perceba que a BNCC apresenta um número maior de habilidades em relação à unidade, o que exige outras estratégias didático-metodológicas, como tentamos apresentar a você.
7 - Competência e situação-problema
Você perceberá que partimos de uma situação-problema como disparadora da reflexão e ação necessárias durante a aula. Essa proposta vai ao encontro de um dos entendimentos sobre a competência que, para Perrenoud (2002), envolve a “tomada de decisão, mobilização de recursos e saber agir, enquanto construção, coordenação e articulação de esquemas de ação ou de pensamento”. No mesmo sentido, a situação-problema, enquanto um recorte da realidade que exige domi?nios complexos, implica mobilizar recursos, tomar deciso?es e ativar esquemas.
Nos planos apresentados pela Nova Escola, buscamos sempre valorizar algumas premissas importantes, ou seja, princípios elementares. A primeira delas é o alinhamento à BNCC, o que, neste plano, está contemplado por meio do desenvolvimento de competências para a vida e de resoluções de situações-problema.
Outra premissa é o respeito à escola pública. Tentamos, neste plano, otimizar a atividade para que ela seja realizada sem a exigência de muitos ou complexos recursos, o que não isenta a necessidade de termos uma diversidade de materiais de qualidade nas escolas.
Por meio de exemplos e ampliações, apresentamos o foco na prática pedagógica do professor, de maneira que ele consiga potencializar o aprendizado coletivo, tanto seu, quanto dos estudantes com os quais lida continuamente.
O estudante, seu protagonismo e aprendizagens, é o foco do plano, no qual ele é estimulado a refletir, exercer e vivenciar as práticas propostas, construindo hipóteses e encontrando alternativas de resolução.
Tudo isso é apresentado por meio de quatro dimensões de estudo do movimento humano:
1 - o corpo: que representa o instrumento da ação;
2 - o espaço: onde o corpo se movimenta;
3 - o esforço: a qualidade com que o movimento é executado;
4 - as conexões: realizadas durante o mover-se corporal - com objetos, pessoas e ambiente.
Tudo isso é o que se encontra neste plano, vamos em frente!