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Avaliação diagnóstica: pontos de atenção para fazê-la na alfabetização

A sondagem deve acontecer não apenas na volta às aulas, mas durante todo o ano letivo. Saiba como organizar esses momentos

POR:
Mara Mansani
Crédito: Getty Images

A avaliação diagnóstica deve ser uma constante no processo de alfabetização. É de extrema importância nessa (ou em qualquer outra fase) da vida escolar, pois serve de orientação para o trabalho docente. Ela evidencia o que os alunos já sabem, os conhecimentos e habilidades que já dominam, e o que ainda precisam aprender.

Para realizar esse tipo de verificação existem diversos instrumentos para analisar e registrar o processo de aprendizagem. Entre eles temos a sondagem escrita, a qual podemos saber e compreender o que as crianças pensam sobre o sistema de escrita alfabético, isto é, em qual hipótese de escrita se encontram.

Já compartilhei com vocês o passo a passo de como realizar esse tipo de avaliação em sua sala de aula – até mesmo como fazê-la de forma remota. Agora destaco seis pontos de atenção que podem dar mais qualidade ao desenvolvimento da sondagem na alfabetização.

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1. Fique atento ao calendário.

As redes de ensino estabelecem prazos para a realização e envio dos registros das sondagens, seja da inicial ou das demais. Por isso é necessário se organizar para garantir tempo suficiente para realizar essa avaliação com cada estudante. Não deixe de fazer anotações que julgar importantes durante a aplicação, pois esses registros podem enriquecer o diagnóstico.

2. Vença a tentação de usar desenhos na folha de registro da sondagem.

Esses e outros elementos, como títulos e outras escritas, podem influenciar os resultados e confundir o aluno. Nas demais atividades de rotina, de acordo com a intencionalidade pedagógica de cada proposta, não tem problema usar. Apenas a sondagem precisa ser realizada sem referência ou interferências de qualquer natureza. Utilize folhas em branco e sem pauta.

3. Crie um ambiente tranquilo para a aplicação da sondagem.

Tenha paciência e tente não adicionar pressão aos alunos. Haverá crianças que escrevem devagar, pensam bastante antes de fazer o registro escrito, se recusam a registrar ou aquelas que dizem não saber escrever nada. Se for necessário, pare e retome a sondagem em outro momento.

Ao aplicar não faça comentários que possam desestabilizar as crianças, gerar inseguranças ou trazer alguma referência para a escrita. Se tiver muitos alunos, ou se a turma demandar mais de atenção, não hesite em pedir ajuda da equipe.

4. Pense em uma situação comunicativa para a fazer a sondagem.

Dessa forma fica claro, para os estudantes, o propósito de escrita. Por exemplo, pode propor que escrevam nomes de ingredientes para colocar em um lanche.

Lembre-se que as palavras devem ser do mesmo campo semântico, sendo uma polissílaba, uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba, ditando nessa ordem.

5. Analise os resultados.

Além de saber o que eles pensam sobre o sistema alfabético de escrita é essencial saber o que fazer com os dados que foram observados. Para tal, estude com seu coordenador pedagógico e seus colegas alfabetizadores quais são os melhores caminhos para que toda a turma avance.

Nesse planejamento das estratégias, pode levar em consideração usar agrupamentos produtivos, atividades com diferentes níveis de complexidade, adaptações, atividades permanentes, explorar diferentes linguagens e tudo que possa contribuir no processo de alfabetização.

6. Preveja durante o ano outros momentos de diagnóstico.

Siga o calendário estabelecido pela sua rede de ensino, mas também inclua outros momentos de sondagem na rotina. Sempre que tiver dúvidas de como um aluno está na escrita ou perceber um avanço pode propor uma verificação da escrita. Esses momentos irão te auxiliar no planejamento dos próprios passos.

Reflita sobre esses pontos, veja se condizem com o que acontece em sua sala de aula. Por aqui já apliquei a sondagem inicial em minha turma de alfabetização e já sei que os desafios são grandes neste novo ano letivo devido aos impactos do período que estudaram de forma remota. No entanto, esse panorama não me desanima. Pelo contrário, me motiva a vencer as dificuldades. Então, queridos colegas alfabetizadores, vamos juntos nesse maravilhoso trabalho de alfabetizar nossos pequenos!

Se já realizou a sondagem inicial com seus alunos, conte aqui nos comentários o que descobriu.

Um abraço e até a próxima!

Mara Mansani

Mara Mansani é professora há 34 anos, lecionou em vários segmentos, da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental, passando também pela Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2006, teve dois projetos de Educação Ambiental para o Ensino Básico publicados pela ONG WWF, no livro “Muda o Mundo, Raimundo”. Em 2014, recebeu o Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, na área de Alfabetização, com o projeto Escrevendo com Lengalenga.

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