Sugestões para planejar melhor as aulas de Matemática
Entenda o que fazer antes de começar e confira ferramentas para auxiliar seu planejamento para os Anos Finais
POR: Rosiane PratesOlá, professora e professor! Em breve o ano letivo vai iniciar, momento que nos instiga a refletir sobre o planejar com foco no desenvolvimento das aprendizagens dos nossos alunos. Assim, nesta coluna, vamos dialogar um pouco sobre o planejamento das aulas de Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Vamos lá!
Ao iniciar o ano, é indispensável considerar o perfil das turmas para as quais irá lecionar, bem como diversos aspectos que envolvem os alunos, como a cultura, a realidade socioeconômica, aspectos socioemocionais e questões de aprendizagem.
Em especial, este será o segundo ano letivo após o período pandêmico, fator que proporciona um melhor diagnóstico da recuperação da aprendizagem, considerando os vestígios e impactos do período de isolamento.
Outros aspectos que precisam ser considerados são aqueles relacionados à afetividade nas relações no ambiente escolar. Isso engloba o ensino de Matemática em uma perspectiva inclusiva ao levar em conta as dificuldades de aprendizagem, altas habilidades, deficiência intelectual, visual e outras especificidades, tudo com o objetivo de desenvolver e fortalecer uma prática pedagógica com foco na inclusão e na diversidade.
O que fazer antes de planejar a aula?
O planejamento é um fator indispensável no processo educativo, e é necessário considerar aspectos curriculares, como disposição de conteúdos, plano de ensino e documentos normativos e orientadores.
Além disso, professor, é importante que ao planejar uma aula de Matemática, por exemplo, a mesma seja composta por um início, um meio e um fim, com o objetivo claro do que vai ser estudado e a fixação de uma proposta de intervenção com foco nas possíveis dificuldades previstas.
Por isso, é preciso ter informações prévias para garantir um bom planejamento. Assim, identifique primeiro o perfil da turma. É interessante ainda fazer o diagnóstico do conhecimento dos alunos para, então, iniciar o roteiro de aprendizagens e planejar a ação.
Planejando uma boa atividade
O material didático da NOVA ESCOLA pode ser um apoio importante para você, caro professor. Os planos de aula disponíveis gratuitamente no site são compostos por várias etapas e têm como propósito auxiliar o docente em sua prática na sala de aula, com vista a uma Matemática aberta, criativa e visual.
Ao iniciar os registros de planejamento de aula, é comum o docente considerar se será iniciada a construção de um novo conceito ou a contextualização de um conceito adquirido anteriormente.
Em ambas as situações, é fundamental fazer a conexão com o conhecimento que o aluno já possui, uma vez que ele é um ser em construção e tem contato com termos matemáticos dentro e fora da escola, sendo relevante essa consideração a fim de aproximar a Matemática vivida no cotidiano da Matemática escolar.
Quando o ato de planejar é feito considerando o material didático da NOVA ESCOLA, é bacana entender que há uma liberdade de escolha de acordo com a proposta curricular, o conteúdo ou o objetivo que o professor deseja trabalhar em determinado momento, na qual é permitida a adaptação de acordo com o diagnóstico da turma, de maneira não engessada. Ou seja, é possível adaptar as atividades conforme o desenvolvimento dos estudantes, com vista ao objetivo pré-fixado.
Veja o exemplo deste plano. É um material do tipo conceitual, aquele com o propósito de introduzir um novo conceito, e tem como atividades o aquecimento, a atividade principal, a discussão das soluções, a sistematização do conceito, o encerramento e raio X, referente ao objetivo de aprendizagem de calcular potência com expoentes inteiros negativos e as habilidades EF07M11 e EF07MA12 da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O segundo plano é referente ao mesmo objetivo de aprendizagem e às mesmas habilidades do primeiro, porém, é do tipo ampliação, aquele que tem como propósito a conexão entre conceitos conhecidos, com as atividades de retomada, a atividade principal, a discussão das soluções, o encerramento e o raio X.
Observe, professor, que tanto o primeiro plano quanto o segundo têm como direcionador o mesmo objetivo de aprendizagem e as mesmas habilidades, porém com atividades que envolvem contextos diferentes, aspecto que enriquece a prática pedagógica em sala.
É importante frisar que outra estratégia é utilizar o plano com turmas mais avançadas para revisar o conteúdo. O segundo plano, por exemplo, tem o propósito de ampliação de conceito e como atividade principal um jogo de baralho e, mesmo sendo um conteúdo de 7º ano, pode ser adaptado para utilização em turmas do 8º e 9º ano, com o objetivo de revisão ou para aprimorar o conhecimento já adquirido.
Possibilidades para turmas do 6º ano
Outro exemplo, mas agora quando uma turma de 6º ano é considerada, é a possibilidade de um planejamento com utilização dos planos de aula NOVA ESCOLA nos quais pode ser utilizado um material com atividades que têm como objetivo o desenvolvimento do pensamento matemático relacionado a uma habilidade da turma anterior, isso com o intuito de averiguar e identificar o nível de conhecimento dos alunos para, então, prosseguir com o desenvolvimento da aprendizagem em uma turma atual a partir do diagnóstico.
É comum nesta etapa – que evidencia a transição dos Anos Iniciais para os Anos Finais do Ensino Fundamental – a necessidade de diagnóstico sobre as operações fundamentais, não é mesmo?
Por isso, separei algumas sugestões de planos que possuem um objetivo de aprendizagem relacionado à resolução de problemas com ideias de adição, subtração, multiplicação e divisão com números naturais, com o objetivo de ajudar nesse mapeamento:
- - Resolver problemas com as quatro operações;
- - Problemas envolvendo mais de uma operação com números naturais;
- - Multiplicação e Divisão;
- - Revisitando as operações de adição e subtração.
Identificando o conhecimento dos alunos
Quando o planejamento das aula é feito levando em conta a utilização do material didático da NOVA ESCOLA, é possível realizar a utilização do guia de intervenção contido na proposta de cada plano de aula, a fim de identificar o conhecimento dos alunos a partir de uma intervenção nos erros e nas dificuldades previstas e reais apresentadas, permitindo sempre um olhar reflexivo sobre esses aspectos.
Por meio da aplicação, nos diversos momentos da aula, é possível identificar o conhecimento dos estudantes, uma vez que cada plano tem perguntas destinadas ao aluno cujo foco é aguçar, levar o discente à reflexão e desenvolver o pensamento matemático de maneira orientada a partir do objetivo inicial.
É interessante quando o guia de intervenção é considerado com o objetivo de mediar a aprendizagem sob a ótica das dificuldades e dos erros apresentados, pois é possível identificar e verificar o conhecimento matemático e a maneira como o aluno construiu um conceito ao longo do tempo, permitindo que o professor utilize mecanismos que incentivem a aprendizagem de maneira positiva, considerando os erros como parte do processo.
Dinâmica e combinados para o primeiro dia de aula
Em um primeiro contato com a turma, é bacana que seja feita uma dinâmica com o objetivo de quebrar o gelo e incentivar a interação entre os colegas de classe e o professor.
Uma atividade desse tipo favorece uma relação dialógica, na qual haja sempre uma comunicação aberta, com respeito às diferenças, com pressupostos da cultura do amor ao mundo e aos seres humanos enfatizados por Paulo Freire, fortalecendo e contribuindo para o desenvolvimento humano e a construção de saberes no ambiente escolar.
É importante também, professor, que neste início de ano sejam descritos, de maneira clara e objetiva, os combinados, os acordos e as regras de sala de aula, a fim de que os momentos de construção do conhecimento sejam cada vez mais agradáveis e favoráveis à evolução de toda a turma, não somente no ambiente escolar, mas também em sociedade.
Aproveito para desejar um excelente ano letivo. Que possamos esperançar sempre, contribuindo com a construção do conhecimento por meio de princípios fixados no amor e na paz pela Educação! Forte abraço e até próxima!
Rosiane Prates é professora de Matemática dos Anos Finais do Ensino Fundamental, atua há mais de dez anos na rede pública e já integrou o Comitê de Avaliação do Município de Pinheiros (ES). Em 2022, participou da 4ª edição do Mulheres na Ciência e Inovação, programa de formação para pesquisadoras no Brasil realizado pelo Museu do Amanhã e o British Council. Também foi professora-autora no projeto Planos de Aula de Matemática, realizado pela Associação Nova Escola. Além disso, tem participação como voluntária em projetos socioeducacionais e de empreendedorismo. É licenciada em Matemática e Pedagogia, graduada em Administração, especialista em Ensino e Currículo e em Matemática na Prática.
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