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Como a inteligência artificial pode colaborar com sua aula

Os movimentos para criar um ensino mais personalizado, flexível, inclusivo e interativo passam pela aplicação da inteligência artificial

POR:
Débora Garofalo
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Você já imaginou uma sala de aula em que novos aprendizados são oferecidos de maneira personalizada, respeitando as especificidades de cada estudante? Uma sala de aula com suporte para auxiliar as crianças e jovens a encontrar novos caminhos para a construção da aprendizagem?

Esse caminho pode percorrer as facilidades da inteligência artificial e propiciar que os estudantes avancem em suas descobertas ao construir o próprio conhecimento com as pequenas conquistas, exercitando o protagonismo.

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O QUE É INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A inteligência Artificial (IA) está relacionada à área das Ciências da Computação, na qual o objetivo é produzir dispositivos que reproduzam a capacidade humana nas esferas do raciocínio, sensibilização, orientação, tomada de decisões e colaboração na resolução de problemas. O seu funcionamento parte de um estímulo do mundo externo centrada na análise de dados.

Pode parecer algo ainda muito distante da realidade, no entanto, é possível observar hoje muitos movimentos para criar um ensino mais personalizado, flexível, inclusivo e interativo que passam pela aplicação da inteligência artificial. E essa tendência deve crescer mais ainda nos próximos anos. A inteligência artificial veio para ficar – e permitir que possamos amplificar a inteligência humana naquilo que ela tem de melhor.

A importância da inteligência artificial para a Educação

A inteligência artificial pode nos ajudar com a criação de ambientes de ensino e aprendizado personalizados, permitindo que plataformas interativas e tutores inteligentes possam guiar os estudantes em sua jornada de desenvolvimento.

Em linhas gerais, os sistemas são produzidos por programação e disponibilizam conteúdos que passam antes por uma curadoria. Ao interagir com a plataforma, os estudantes têm acesso a esses conteúdos e podem interagir na própria plataforma. Quanto maior o volume de interações no ambiente, maior a capacidade do sistema de atualizar suas informações a partir das interações dos estudantes. O sistema pode, por exemplo, saber em quais áreas um estudante se sai melhor, como ele raciocina para resolver problemas e o que busca para complementar seu aprendizado.

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A infinidade de dados gerados é chamada de big data, um termo que se refere ao grande volume de dados gerados pelos sistemas. O que importante, porém, não é a quantidade de dados e sim analisá-los para entender como orientar melhor o aprendizado do aluno. Com as informações, as plataformas podem se adaptar às reais necessidades dos estudantes. O professor pode fazer uma análise do comportamento do aluno na plataforma, compreender quais são suas dificuldades de aprendizagem para oferecer conteúdos com potencial de avançar a aprendizagem e lidar com resoluções de problemas.

Como aplicar a inteligência artificial na escola

Hoje nós lidamos com a inteligência artificial em nosso cotidiano. Um exemplo é a nossa comunicação com o banco, através de aplicativos, e o uso cotidiano de celulares que já respondem a perguntas por voz.

Na Educação, vemos um movimento de levar a inteligência artificial até a sala de aula, através dos jogos, programas de computador, aplicativos de segurança, robótica, dispositivos para reconhecimento de escrita a mão e reconhecimento de voz.

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O uso de plataformas adaptativas vem ganhando força na Educação, pois elas são capazes de propor trilhas individuais de aprendizado. A plataforma coleta dados em cada experiência do usuário, analisa e oferece um percurso diferenciado a partir de seus conhecimentos iniciais. Uma experiência típica de plataforma adaptativa está nos museus, onde algumas obras oferecem experiências de interação com o visitante ao fornecer a biografia do artista, citar outras obras disponíveis no acervo e até ordená-las por palheta de cores.

A plataforma adaptativa integra a sala de aula e oferece uma gama de benefícios, como relatórios que servem de aporte para que o professor possa tomar uma decisão em relação à aprendizagem dos estudantes. Algo que é necessário destacar é o papel do professor: ele é essencial ao processo por permitir interações, realizar o planejamento que melhor se adeque às necessidades dos estudantes e por mediar o processo cognitivo.

  Para se inspirar

Grockit é uma empresa de aprendizado colaborativo que teve início como uma plataforma-teste para preparar estudantes para avaliações. O programa é personalizado não só de acordo com as respostas certas e erradas dos estudantes, mas também avaliando a maneira como eles respondem às questões. A plataforma inclui grupos de estudo, vídeos, instrutores ao vivo e games.

ScootPad é uma plataforma adaptativa para estudantes do Ensino Fundamental desenvolverem habilidades de leitura e matemática. Com planos gratuitos, o site oferece informações em tempo real para os professores e aprendizado por meio de jogos. Tem parceria com o Google for Education, o Edmodo e a Schoology Platform.

Geekie Games é uma plataforma brasileira de ensino adaptativo que oferece ensino personalizado por meio de games para ajudar estudantes a se prepararem para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estudantes podem realizar simulados on-line, nos quais os algoritmos identificam suas necessidades e dificuldades, a melhor maneira de ensinar um conteúdo e apresentar essas informações para que o professor também possa adaptar suas aulas.

E você, querido professor, está preparado para inserir a inteligência artificial em suas aulas? Conte aqui as experiências que já teve com seus estudantes.

Um abraço,

Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil e uma das dez finalistas do Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

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