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Ensino remoto: como estimular a criatividade e a colaboração dos seus alunos com o Google Docs

Selecionamos as melhores dicas para utilização da ferramenta de documentos do Google, especialmente útil no dia a dia escolar e para trabalhos em grupo

POR:
Victor Santos
Assim como as ferramentas em áudio e vídeo, os formulários podem ser aplicados dos mais variados modos para criar lições e trabalhos, que podem ser corrigidos depois pelo professor, na própria plataforma   Crédito: Getty Images

O fechamento das escolas devido à pandemia do novo coronavírus levou os educadores a mergulharem de cabeça em ferramentas tecnológicas, em busca de soluções criativas para continuar lecionando os seus conteúdos de forma remota. Nesse contexto, os professores experimentaram diferentes aplicativos para edição de imagens, áudio e vídeo; viram o uso do WhatsApp e do Facebook se ampliar drasticamente na hora de se comunicar com alunos e famílias, e descobriram, nas ferramentas do Google, importantes aliados na hora de dar aulas remotamente.

Entre essas ferramentas, os documentos Google, usualmente conhecidos também como Google Docs, têm se destacado como um dos principais canais pedagógicos dos docentes. Tudo porque, na forma, o Docs se assemelha ao Microsoft Word, que é o software editor de textos largamente utilizado por todo mundo que trabalha com conteúdos escritos, incluindo professores. No entanto, a sua utilidade vai além. “O mais legal do Google Docs é a facilidade com que ele nos permite trabalhar de forma colaborativa”, salienta Renata Capovilla, formadora de professores e capacitadora do Google For Education. “Com ele, você pode fazer um trabalho em grupo com os alunos mesmo remotamente e pode auxiliá-los a fazer uma curadoria de materiais on-line, por exemplo. São muitas possibilidades”.

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Para ajudar professores a fazer melhor uso de ferramentas digitais no ensino remoto, NOVA ESCOLA se debruçou sobre o Google Docs, buscando os principais recursos que podem auxiliá-los nesse momento desafiador.

 

Para o professor: relatórios e fichas customizadas

Para começar os trabalhos com o Docs, o primeiro passo é criar uma conta no Google ou acessar a conta já existente –  muitas escolas brasileiras têm adquirido uma conta institucional do Google, o GSuite, que é gratuita e conta com um pacote com todas as ferramentas para Educação [Criando uma conta privada no Google, é possível acessar também a conta institucional e vice-versa: basta adicionar o e-mail (perfil) usado nas Configurações e alternar entre uma e outra, acessando os documentos de qualquer lugar em que se esteja].

Em seguida, o professor deve acessar o seu Google Drive [serviço de armazenamento de documentos]. Após isso, basta clicar no botão “Novo” no canto superior direito, e selecionar “Documentos Google”. Assim como os formulários, o Google Docs apresenta, além da opção de criar um documento ‘Em branco’, a possibilidade de se criar um documento ‘Com base em um modelo’, que pode ser muito útil para quem está dando os primeiros passos no uso desse recurso. A galeria de modelos conta com um tópico específico para a Educação, em que aparecem opções como ‘Trabalho escolar’, ‘Relatório’, ‘Fichamento de livro’, ‘Observações da aula’ e “Plano de aula’.

Caso o educador opte pela opção “Em branco”, ele terá acesso a uma barra de formatação tradicional, em que pode alterar margens, fontes, inserir negrito, itálico, entre outras alternativas para o trabalho com textos. “O Google Docs me possibilitou organizar os meus documentos, materiais de pesquisas, planejamentos e diagnósticos”, relata a professora Carolina Teles, que atua na rede municipal de Uberlândia (MG), dando aulas para Ensino Fundamental 1. A professora conta que, mesmo em níveis de gestão e comunicação escolar, o Docs tem sido muito útil para o contato entre as diferentes esferas pedagógicas que agora estão trabalhando remotamente.


 


 

Para o aluno: pesquisa com dicionário e referência bibliográfica

O Google Docs também funciona como uma ótima plataforma para análise, produção e edição de conteúdos. “Quando o objetivo é levar o aluno a realizar uma leitura com compreensão e a escrever dentro do que se espera de um aluno alfabetizado, com coerência, coesão e fazendo uso dos recursos de grafia, o Docs se torna uma ferramenta muito boa”, relata a professora Suélen Souza, que leciona para o Ensino Fundamental 1 na rede municipal de Garopaba (SC). A educadora conta que, de início, experimentou o Docs como ferramenta para produzir conteúdos pedagógicos elaborados, com textos, imagens e vídeos. “Depois, fui descobrindo as possibilidades de enviar uma cópia para cada aluno, para que cada um conseguisse se expressar dentro do assunto tratado e depois realizamos até trabalhos em duplas”, conta.

A professora Carolina Teles destaca que também faz proveito dessa possibilidade de criação e colaboração via Docs. “Gosto muito de propor para os alunos alguns trabalhos em grupo, visando a criação de um texto de forma colaborativa”, conta a professora, “um exemplo são os trabalhos sobre a nossa cidade, em que eles fazem pesquisas sobre os pontos turísticos, comércio, população, lugares antigos e atuais”.

Para conseguir obter o máximo das potencialidades oferecidas pela ferramenta, a capacitadora Google Renata Capovilla dá algumas dicas, que podem ser úteis tanto para os próprios docentes, no instante de planejar suas aulas, quanto para os alunos, ao exercitarem a escrita no Docs em trabalhos individuais ou em grupo.

  • Botão ‘Explorar’: “Trata-se de uma possibilidade muito interessante. Ao criar um arquivo, por exemplo, ‘Química orgânica’. Se você escrever esse título no arquivo, selecionar e apertar com o botão direito do mouse/cursor, e depois clicar em ‘Explorar’, ele vai apresentar no canto direito da tela uma curadoria com tudo o que já foi publicado na web sobre o assunto, um material mais curado e selecionado do que a busca tradicional”, ensina Renata.
  • Citação: caso o aluno, ou o próprio professor, opte por trabalhar com trechos dos textos que apareceram na busca pelo botão ‘Explorar’, o Docs fornece uma opção de fazer referência bibliográfica do material coletado. “Para isso, é só voltar para o menu lateral com as páginas da web, e, na frente do nome do site utilizado, clicar no ícone de aspas e pronto. No final da página, ele já cria uma citação automaticamente. E nos três pontinhos em cima, você pode configurar o modelo da citação (MLA, APA ou Chicago)”, sintetiza a especialista.



  • Pesquisa de imagem: se estudantes e professores desejam acrescentar imagens ao seu Docs, a ferramenta fornece uma opção muito interessante. “Seguindo o caminho ‘Inserir (no menu superior, na barra de formatação) à Imagem à Pesquisar na Web’, você tem acesso a uma busca por imagens bem completa”, indica Renata, “e o melhor é que as imagens que aparecem ali são totalmente curadas, e tem um super filtro de segurança. Então, não há risco de aparecerem imagens de cunho violento ou sexual, e todas elas já são liberadas para uso, além de terem altíssima definição”. Para utilizar essas imagens, basta selecionar e clicar em ‘Inserir imagem’.



 

  • Dicionário: trata-se de outro item bastante útil para o trabalho com textos utilizando os documentos Google. “Para utilizá-lo, é só selecionar a palavra, clicar com o botão direito, e depois, clicar em ‘Definir’. Ele vai abrir um dicionário com a definição daquela palavra”, explica a formadora de professores.



 


 

Para professor e aluno: trabalho compartilhado com histórico de versões

Para utilizar o potencial colaborativo apontado pelas professoras como maior vantagem do Docs, é preciso compartilhar o arquivo com os estudantes, o que é bastante simples – é preciso, apenas, clicar no botão ‘Compartilhar’, no canto superior esquerdo da tela.

Nesse momento, aparecem duas opções: a primeira é ‘Compartilhar com pessoas e grupos’, em que o educador pode adicionar os endereços de e-mail de quem deseja compartilhar, e ainda escolhendo entre as opções ‘Editor’ (quem receber o documento pode editá-lo); ‘Comentarista’ (quem receber pode comentar, mas não editar) ou ‘Leitor’ (documento disponível apenas para leitura); já a segunda opção é ‘Copiar link’, em que o professor copia e pode enviar o link por qualquer meio de divulgação.

“Gosto muito dessa possibilidade de se fazer um documento coletivo, no qual mesmo distantes, os alunos podem construir um trabalho”, comenta a professora Suélen Souza. “Ali mesmo no Docs, eles se organizam, deixam recados e dividem as tarefas, e é possível ver e acompanhar todo esse processo”.

A capacitadora Google Renata Capovilla considera essa possibilidade de acompanhar todo o processo de trabalho em grupo justamente o ponto forte de se utilizar o Docs para fins pedagógicos. “O professor consegue ter um panorama de quando aquele aluno entrou no documento, quanto tempo ele ficou, se ele copiou alguma coisa, e se ele realmente faz a parte dele”, aponta.

Para isso, é só clicar em “Arquivo (na barra de formatação superior) à Histórico de versões” e pronto: todas as versões anteriores do documento estarão listadas ali. “Com isso, o professor consegue saber todos os alunos que entraram nesse documento e o que cada um fez. Ele separa automaticamente por cores os nomes dos alunos que editaram o documento, e só quem vê isso é o professor”, aponta Renata. Existe ainda outra vantagem, segundo ela. “É possível navegar entre todas as versões do documento, tendo apenas um documento. Posso, por exemplo, voltar para a versão que criei primeiro, sem a necessidade de criar e salvar inúmeras versões como ‘documento 1’, ‘documento 2’, ‘documento 3’”, explica.

Outra possibilidade de edição aparece no momento da correção das produções textuais. O professor tem a possibilidade de inserir comentários, bastando selecionar uma palavra/frase/trecho, e apertar o ícone de ‘mais (adicionar um comentário)’. O aluno pode, inclusive, responder a esses comentários. “É possível, ainda, alterar o documento para o modo de sugestão”, complementa a especialista. Clicando no ícone de lápis (‘Edição’) no menu superior direito, e alterando para o ícone de balãozinho (‘Sugestão’) o professor tem a possibilidade de, como explica Renata, “selecionar um trecho e digitar uma correção, sugerindo uma troca para o aluno, que pode aceitar ou não”.



 

É sempre importante lembrar que todas essas alterações podem ser desfeitas, já que é possível, no histórico, resgatar todas as versões anteriores do documento. “O Docs tem uma característica legal: ele te dá total segurança de tudo o que está sendo alterado e de tudo o que foi feito”, resume a formadora de professores, “e lembre-se que tem um botãozinho chamado ‘desfazer’ (ícone de seta para esquerda, no canto superior esquerdo da barra de formatação). Então, se você fez alguma alteração que não gostou, tudo bem! Clica no ‘desfazer’ e corrige, ou vai até o ‘histórico de versões’, e encontra a versão anterior”. Além disso, o educador sempre pode recorrer à Ajuda do Google Docs, para esclarecer as possíveis dúvidas que aparecerem durante o seu trabalho.

 


 

Para professor e aluno: formatação e conversão no Docs

Por fim, um tópico que costuma dar um pouco de dor de cabeça aos professores no momento de utilizar o Google Docs é a perda de formatação de alguns arquivos. Tudo porque, geralmente, os professores trabalham com o editor de textos Microsoft Word, e ao passar esse arquivo para o Drive e abri-lo no Google Docs para compartilhar com os seus alunos, algumas das formatações acabam se perdendo.

“Isso acontece porque o Docs tem uma configuração de margem, de tabulação, diferente do Word. Então, quando a pessoa importa esse documento do Word, ele vai para a configuração do Docs, e acaba desformatando”, comenta a especialista Renata Capovilla.

Uma opção para ajudar a reverter esse problema é configurar a página do Docs com as mesmas configurações do seu Word. Caso o professor tenha dúvidas de onde encontrar essas especificações em seu software da Microsoft, uma boa dica é utilizar o Suporte Online. “Depois disso, é só entrar nas configurações da página do Google Docs, e configurá-lo para a norma que você quer, podendo, inclusive, manter como padrão”. O caminho para isso é selecionar o botão “Ajuda”, na barra superior de formação, e digitar “Configuração da página”. Ali, o educador poderá alterar as margens na parte superior, inferior, direita e esquerda.



 

No mesmo campo ‘Ajuda’ do Docs, é possível, digitando palavras-chave como “Parágrafo” e “Espaçamento”, realizar outras configurações de formatação para não ter mais problemas nesse processo de trabalhar com diferentes editores de texto. “E, finalizando tudo isso, seguindo o caminho Arquivo à Fazer o Download, é possível baixar esse arquivo do Docs em diferentes formatos, como o .docx, do próprio Word, e ainda em PDF”, destaca a formadora de professores.

Além do mais, a grande vantagem é a de que o Google Docs trabalha salvando e fazendo cópias de segurança de tudo automaticamente, evitando perder arquivos por problemas e sustos na hora de salvar. “Eu particularmente destaco como principal benefício a segurança do armazenamento dos meus arquivos na nuvem”, constata a professora Carolina Teles, “com isso, posso pesquisar, acessar e editar os documentos a qualquer hora de qualquer lugar. Não consigo imaginar como seria esse período de ensino remoto sem a utilização de ferramentas como o Docs”.

A seguir, baixe um exemplo de documento criado no Google Docs pela professora Suélen de Souza, da rede de Garopaba (SC), sobre o coração e suas funções:

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