Educação Infantil: atividades para fazer acolhimento e adaptação
Confira propostas e sugestões de organização de espaço, por grupo etário, para incluir no seu planejamento
POR: Paula Sestari
Queridos professores e professoras!
O grande tema deste mês na Educação Infantil é, sem dúvida, quais as melhores estratégias para fazer a adaptação e acolhimento inicial dos bebês, crianças e suas famílias.
Digo acolhimento inicial pois o ato de acolher deve ser uma constante ao longo de todo o ano, tendo em vista que nosso público em específico vive intensa fase de desenvolvimento e de aprendizagem.
Nessa conversa, gostaria de compartilhar estratégias práticas de atividades e de organização do espaço que podem contribuir com seu planejamento, por grupo etário.
Bebês
Organize a rotina ao longo de um período, como uma semana ou quinze dias, visando a constância e regularidade de apresentação dos materiais para que o bebê se sinta cada vez mais seguro com o ambiente que foi organizado. As mudanças e a inserção de outras propostas acompanham também o ritmo e o interesse deles.
Invista em um espaço que instigue a curiosidade como móveis adequados para apreciação ou com texturas agradáveis (por exemplo, revestidas com elásticos para o toque). Outro elemento interessante é ter um tapete e colocar alguns obstáculos, pensando nos movimentos de rolar e engatinhar e suportes para os bebês que começam a ensaiar a marcha poderem se apoiar de pé. Assim como, almofadas para um cochilo aconchegante. Também garanta colocar em um local de fácil acesso os objetos de apego de cada bebê.
Entre as propostas, pode ser interessantes:
1. Exploração de luzes e sombras utilizando lanternas
A atividade ajuda o bebê a observar o espaço mais amplo à sua volta. Um simples jogo de luzes na parede, teto ou no chão (é legal variar o ângulo) ou mini lanternas para o manuseio do bebê, mediado pelo adulto.
Inicialmente tem-se o foco na luz, mas depois o bebê começa a perceber os materiais que ficam em destaque com a iluminação e busca por explorá-los.
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2. Brincadeiras com sons
Utilizar objetos sonoros e momentos de musicalização permite que o bebê observe os sons e gestos produzidos pelo adulto, além de estimulá-lo a produzir seus próprios sons.
3. Rotina de cuidado
O momento do banho pode ser um grande aliado para a formação de vínculos do bebê com o adulto cuidador, além de que a água é um elemento que acalma e tranquiliza.
Dessa forma, organize um banho relaxante com elementos da natureza como folhas e flores contendo aromas. Incentive para que o bebê explore esses materiais, nomeie cada item e a ação de toque na pele do bebê. Esses iniciais diálogos podem render bons sorrisos.
4. Momentos ao ar livre
Como parte importante da rotina, temos o banho de sol diários. Aproveite para planejar brincadeiras ao ar livre na grama ou em outro espaço agradável com bastante sombra. Pode oferecer elementos como bolas e tecidos e podem também ser ótimos momentos de exploração e construção de diálogos com os bebês.
Crianças bem pequenas
Neste grupo etário, cabe a regra do “menos é mais”. Muita informação nas paredes, muitas cores e excesso de opções de materiais podem mais atrapalhar do que ajudar nos primeiros momentos.
O interessante é organizar o espaço para recepcionar com alguns itens e contar com a disponibilidade dos adultos para acolher a insegurança e o choro. Aos poucos, apresentar todo o espaço e os materiais disponíveis.
1. Contação de histórias
Para esse grupo etário, uma dica são as histórias que ajudem a trazer conforto emocional – evite personagens estereotipados, que possam gerar angústia, como do lobo ou da bruxa.
Aqui vale as histórias com enredos que despertem a imaginação e de clímax emocional – quando sentimentos são discutidos, o que dá a oportunidade de que as crianças verbalizem seus próprios sentimentos, uma sugestão é o livro “Não Derrame o Leite!”, de Stephen Davies Christopher Cor. Ou ainda histórias com clímax com muita ação, o qual incentiva a movimentação corporal espontânea das crianças como reflexo do quanto estão envolvidas com a narrativa e podem extravasar os sentimentos com gestos.
2. Brincadeiras com água
Aproveitando o clima quente por todo o país, como forma de aliviar o estresse e a tensão desses primeiros dias, brincar de dar banho nas bonecas; brincar com a transferência de líquidos para potes de diferentes tamanhos, com pintura instantânea usando pincéis de várias espessuras, com jatos de seringas ou com bolhas de sabão.
3. Brincadeiras com tecidos
Cantinhos com cabanas feitas com tecidos estimula brincar em grupos menores, o que contribui para desenvolver a segurança nesse espaço tão amplo e com tantas informações como a sala de aula
Em cada uma dessas propostas é importante que se organize previamente os espaços de brincar e que, durante o processo, tenha-se pouca condução do adulto para que as crianças brinquem com independência e seja possível reconhecer seus ritmos e seus gostos.
Crianças pequenas
As propostas anteriores podem ser adaptadas para esta faixa etária, adequando os materiais e formas de mediar. Separei mais três tipos de atividades para crianças com 4 e 5 anos.
1. Rodas de conversa
Com crianças pequenas, invista em rodas de conversa em pequenos grupos para que cada um possa falar sobre seus receios e expectativas desse início de ano.
2. Reconhecimento do espaço escolar
Faça visitas às acomodações da escola identificando cada espaço e incentivando uma progressiva independência de deslocamento pelos pequenos.
Durante esse momento conversem sobre ações procedimentais para as atividades da vida diária como o uso do banheiro, os materiais para as refeições, os locais onde ficam seus pertences. Essa ação evidencia o que cada um consegue fazer sozinho ou com o mínimo de apoio do adulto. Assim, a criança se sente mais segura e confiante para atuar no espaço.
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3. Organização de uma diversidade de cantinhos pela sala
Na sala de referência podem construir diferentes espaços como, por exemplo, para jogos de mesa, canto da leitura; canto com elementos da natureza, com tecidos ou adereços como óculos e chapéus; área do desenho e da modelagem.
Ofertar todas essas opções incentiva a interação e a construção de diálogos entre as crianças.
É importante que esses espaços acompanhem uma dinâmica de acordo com o interesse das crianças para que possam lidar com antecipações e desenvolver a segurança com o ambiente de convivência.
Bom retorno e até a próxima!
Paula Sestari é professora de Educação Infantil da rede municipal de ensino de Joinville (SC), com 10 anos de experiência nessa etapa, e mestre em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias. Em 2014, recebeu o Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, e foi eleita Educadora do Ano com um projeto na área de Educação ambiental com a faixa etária das crianças pequenas.
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