3 contos indígenas para mostrar outra visão de mundo às crianças
Histórias relatam nascimento da Terra e celebração da natureza para as crianças
POR: Soraia Yoshida
As crenças indígenas brasileiras são marcadas por histórias que tratam da natureza e da origem das coisas, sempre cercadas de elementos místicos. São contos tão encantadores que até mesmo escritores como Clarice Lispector, Camara Cascudo e Walcyr Carrasco já se debruçaram eles.
Sobre povos indígenas, leia também:
- Abril Indígena: já pensou em dar o primeiro passo e mudar sua prática?
- Atividades sobre povos indígenas: chega de cocar de papel e guache no rosto
- Como trabalhar a cultura dos povos indígenas na Educação Infantil
NOVA ESCOLA reúne aqui três contos indígenas que trazem essa visão de mundo - e que certamente vão levar muita conversa para dentro da sala de aula. Confira:

O nascimento do mundo
Maria de la Luz
No início só havia Kore, a energia, vagando na escuridão do espaço infinito. Então, veio a luz e surgiram Ranginui, o Pai Céu, e Papatuanuku, a Mãe Terra. Rangi e Papa tiveram muitos filhos: Tangaroa, deus das águas; Tane, deus das florestas; Tawhirmatea, deus dos ventos; Tumatauenga, deus da guerra, que deu origem aos seres humanos; e Uru, que não era deus de nada.

A dança do arco-íris
João Anzanello Carrascoza
Há muito e muito tempo, vivia sobre uma planície de nuvens uma tribo muito feliz. Como não havia solo para plantar, só um emaranhado de fios branquinhos e fofos como algodão-doce, as pessoas se alimentavam da carne de aves abatidas com flechas, que faziam amarrando em feixe uma porção dos fios que formavam o chão. De vez em quando, o chão dava umas sacudidelas, a planície inteira corcoveava e diminuía de tamanho, como se alguém abocanhasse parte dela.

O céu ameaça a terra
Betty Mindlin
Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentam-se à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.
Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.
Confira outros conteúdos sobre o tema em nossa página especial para o Dia dos Povos Indígenas
Tags
Assuntos Relacionados