Quem são os principais cotados para o Ministério da Educação
Quatro nomes já foram anunciados para assumir ministérios no governo de Jair Bolsonaro. A indicação para Educação ainda não saiu, mas já se fala em seis possíveis candidatos
POR: Laís SemisAtualizado em 14/11/2018 às 10:40
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já definiu a liderança de quatro ministérios: Paulo Guedes (Economia), Augusto Heleno (Defesa), Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Este último ministério, passa também a ser responsável pela Educação Superior na nova gestão. Com isso, o atual Ministério da Educação (MEC) deverá passar por reestruturações. A mudança deverá trazer a responsabilidade de chefiar as áreas de Cultura e Esporte, segundo assessores de Bolsonaro. A questão é qual será o perfil escolhido para cuidar dessa área, apontada pelo presidente como uma de suas principais preocupações?
Conheça os principais candidatos cotados para o cargo:
Viviane Senna
É presidente do Instituto Ayrton Senna (IAS), que foi fundado em 1994 e tem como uma de suas principais bandeiras a Educação Integral. Graduada em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a irmã do piloto tricampeão brasileiro de Fórmula 1 Ayrton Senna possui especialização em psicologia junguiana e atuou como psicóloga clínica e supervisora de grupos de formação na área. Viviane também é conselheira consultiva e administrativa de organizações como Itaú, World Trade Center e COnfederação Nacional da Indústria.
Viviane se reuniu no dia 14/11 com a equipe do governo eleito. De acordo com a nota do IAS, o encontro teve o objetivo de "apresentar um diagnóstico e caminhos de melhoria da Educação brasileira". Segundo informações da Folha de São Paulo, a reunião entre Viviane e Bolsonaro também contou com a participação de membros do movimento Todos Pela Educação e Mozart Ramos, outro nome que estaria sendo cotado para o ministério.
Mozart Ramos
Membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), Mozart é diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna. Engenheiro químico de formação, possui doutorado e pós-doutorado na área, além de grande trajetória no Ensino Superior. Foi professor, pró-reitor acadêmico e reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Eleito pela Revista Época como uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil em 2008, também foi considerado Educador Internacional do Ano, em 2005, pela IBC Cambridge. Mozart atuou como secretário de Educação de Pernambuco, foi presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed) e presidente-executivo do Todos Pela Educação. Também é autor dos títulos “Educação brasileira: uma agenda inadiável” e “Educação sustentável”.
Stavros Xanthopoylos
Consultor em Educação de Jair Bolsonaro, Stavros é membro da diretoria de relações internacionais da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), já tendo ocupado o cargo de vice-presidente. Há 24 anos atua com Educação a Distância (EaD) para graduação e pós-graduação. Foi vice-diretor do Instituto de Desenvolvimento Educacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretor executivo do FGV Online.
Graduado e mestre em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo (USP), possui também doutorado em Filosofia e Administração. É fundador e CEO da SPX Consultoria Educacional, especializada em soluções educacionais online. Foi eleito Personalidade Educacional de 2011, 2013 e 2014, título concedido pela Associação Brasileira de Educação, pela Associação Brasileira de Imprensa e pelo jornal Folha Dirigida. Além do EaD, outra posição que compartilha com o governo eleito é o sistema de cotas, do qual é opositor.
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Ricardo Velez Rodriguez
Colombiano, é coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Também coordenou o Núcleo de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos, o Núcleo Tocqueville-Aron de Estudos sobre as Democracias Contemporâneas e o Núcleo de Cosmologia e Filosofia da Ciência. É professor associado aposentado da UFRJ e professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME). Já trabalhou na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e na Universidad Pontificia Bolivariana, na Colômbia.
É membro do conselho consultivo da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), do Instituto de Geografia e História Militar, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Brasileira de Filosofia. Autor de “Da Guerra à Pacificação”, “O Patrimonialismo Brasileiro em Foco” e “A Grande Mentira - Lula e o Patrimonialismo Petista”. Ricardo também é mestre e doutor em Filosofia. Na área, atua em temas como filosofia brasileira, pensamento brasileiro e moral social.
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Aléssio Ribeiro Souto
Integrante da equipe de Bolsonaro, o general esteve à frente da formulação de propostas de Bolsonaro na área de Educação. Formado pela Academia das Agulhas Negras e pelo Instituto Militar de Engenharia, em que possui mestrado em Ciências e Engenharia de Sistemas, com foco em Inteligência Artificial e Sistemas Especialistas para diagnóstico de pane de sistemas complexos. Foi assessor do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, chefe do Centro Tecnológico do Exército (CTEX)e consultor na implantação de Polo Tecnológico na SABER Consultoria.
Como ajudou a desenhar as propostas para a área, é um forte defensor de combater a “doutrinação” nas escolas, além de evitar que questões como gênero e sexualidade sejam transmitidas na escola, sob justificativa de que este seria um direito dos pais. Defende também que haja revisão nos currículos e materiais didáticos – que estão sendo debatidos e atualizados para o Ensino Fundamental desde a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2017.
Miguel Nagib
Advogado, trabalha como procurador do Estado de São Paulo desde 1985. Foi assessor no Supremo Tribunal Federal (STF) e é conhecido por ser fundador e coordenador do Movimento Escola Sem Partido (ESP). O projeto nasceu em 2004 e prega uma escola “livre de doutrinação”. É autor de artigos que defendem as bandeiras do movimento, como “Liberdade de ensinar não se confunde com a liberdade de expressão” e “Professor não tem direito de ‘fazer a cabeça’ de aluno”. O combate à “doutrinação” é uma das principais bandeiras de Jair Bolsonaro para a Educação.
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Mendonça Filho
Ex-ministro da Educação, Mendonça ocupou a pasta durante aproximadamente dois anos do governo de Michel Temer. Ele deixou o cargo para concorrer a uma vaga no Senado por Pernambuco pelo DEM, mas não foi eleito. Anteriormente, ele teve três mandatos como deputado federal, duas vezes vice-governador de Pernambuco e governador de Pernambuco em 2006, durante a licença do governador Jarbas Vasconcelos. Formado em administração de empresas pela Universidade de Pernambuco (UPE) e fez curso de Gestão Pública na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Durante seus mandatos, propôs a ampliação do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), ampliou o programa de escolas de tempo integral de Pernambuco, expandiu o Ensino Técnico e criou o projeto Jovem Campeão, voltado à prática esportiva nas escolas públicas. Como ministro, Mendonça aprovou políticas que estabelecem mudanças estruturais na Educação Básica, com a Reforma do Ensino Médio, Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para Educação Infantil e Ensino Médio e se pronunciou publicamente contrário ao projeto do Escola Sem Partido.
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Maria Inês Fini
Presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), possui longa trajetória nas políticas educacionais. Entre 1996 e 2002, ela trabalhou no Inep liderando a Diretoria de Avaliação para Certificação de Competências e o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) dentro do instituto. Além disso, também participou da criação e implementação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Pedagoga, psicóloga e especialista em currículo e avaliação, Maria Inês é fundadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi filiada ao PSDB. Não se identifica com projetos como o Escola sem Partido, uma das bandeiras do governo Bolsonaro, o que enfraqueceria sua indicação.
Durante coletiva de imprensa para a divulgação do Enem, Maria Inês foi questionada sobre o eventual convite para o novo governo. Ela preferiu não comentar o tema. No mesmo dia, em publicação no Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) fez referência à prova de Linguagens e suas Tecnologias do Enem, que trouxe temas atuais, como racismo, comunidade LGBTI+, feminicídio e manipulação pelo uso de dados na internet. O tweet do filho do presidente soou como uma “indireta” à indicação da presidente do Inep, dizendo que não seria “requisito para ser ministro da Educação saber sobre dicionário dos travestis ou feminismo”.
Aviso que não é requisito para ser ministro da educação saber sobre dicionário dos travestis ou feminismo. pic.twitter.com/hCeTRVx7su
— Eduardo Bolsonaro 17 (@BolsonaroSP) November 5, 2018
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