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10 práticas inspiradoras para abordar os povos oprimidos com seus alunos

Inspire-se para explorar identidade, racismo, preconceito, cultura afro, cultura indígena e periferia em sala de aula

POR:
Paula Peres
Indígena da etnia Bororo Boé durante realização dos Jogos Indígenas no Brasil   Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O que caracteriza uma opressão? Entre os significados da palavra, pode ser a ação de sujeitar alguém a uma submissão pelo uso da força ou da violência (física ou simbólica). No Brasil, o dia 19 de julho foi instituído como "dia dos povos oprimidos". A data nos ajuda a lembrar que nossa sociedade foi formada com base em relações desiguais entre diferentes povos e níveis socioeconômicos. E os efeitos desse subjugamento podem ser sentidos até hoje.

Como trabalhar isso em sala de aula? Mais do que listar os tipos de opressão (de raça, classe, gênero, condição socioeconômica, origem) que existem, vale usar o gancho da data para explorar uma série de reflexões sobre racismo, preconceito, desigualdade social, influência dos povos na cultura brasileira, identidade.

Pensando nisso, NOVA ESCOLA selecionou 10 práticas de nosso acervo para trabalhar esses temas em sala de aula. Tem para todas as etapas e várias disciplinas (conteúdos exclusivos para cadastrados):

1. Preconceito e racismo: raízes escravagistas
Esta sequência didática foi elaborada por professoras da Secretaria de Educação da Bahia, e é voltada para turmas de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental. Ela propõe debater o racismo e o preconceito étnico-racial contra os negros no Brasil e impulsionar os alunos a valorizar a diversidade étnico-racial que caracteriza a formação do povo brasileiro.

2. Cultura brasileira em foco
A professora Margarete de Melo Alves, da Escola Estadual Roldão Lopes de Barros, em São Paulo (SP), usou a história das bonecas abayomis, feitas por mulheres negras para seus filhos no trajeto da África até o Brasil, para engajar os alunos na aprendizagem de recursos narrativos e também de Libras. De quebra, conseguiu assunto para abordar em outras disciplinas, como História, Geografia e Ciências.

3. Tour cultural com foco na igualdade de direitos
Neste projeto, as turmas de 1º ao 4º anos da EMEB Marechal Cândido Mariano da Silva, em Cuiabá (MT), foram inspiradas pela professora Sueli Xavier Ribeiro a refletir criticamente sobre igualdade de oportunidades para negros, indígenas e mulheres a partir de figuras históricas do estado do Mato Grosso representadas no entorno da escola.

4. Quilombos e cultura, uma relação estreita
Nesta sequência, os alunos de 8º e 9º anos vão se debruçar sobre questões de mudanças e permanências nas relações sociais que acontecem em uma comunidade, além de compreender e valorizar elementos das culturas afrodescendentes e pensar a respeito da resistência negra no Brasil.

5. A identidade brasileira de cada um
A turma de Educação Infantil da professora Gilmária Ribeiro da Cunha, do CMEI Cid Passos, em Salvador (BA), pesquisou referências culturais dos índios e dos negros. Com isso, as crianças passaram a se reconhecer nos personagens descobertos nos livros, e assim construíram e assumiram a própria identidade por meio da identidade dos povos africanos e indígenas.

6. As origens da identidade quilombola
A proposta é trabalhar em sala de aula com turmas de 8º e 9º anos sobre a comunidade tradicional ou remanescente de quilombos que o grupo escolher estudar. Como produto final, propõe-se a elaboração de um artigo científico.

7. Lap Gup: nossa casa, nosso lar
O professor Luiz Weymilawa Suruí, da EEFM Sertanista José do Carmo Sa, em Cacoal (RO), foi um dos vencedores do Prêmio Educador Nota 10 de 2016 com um projeto elaborado para o 6º ano sobre lugar e territorialidade que aprofundou nos alunos a noção de pertencimento e identidade ao participarem da casa do clã, uma construção típica da tribo Paiter Surui.

8. As raízes Pankararu na escola
Este projeto vencedor do Prêmio Arte na Escola Cidadã, em 2016, levou alunos da EJA da EMEF José de Alcântara Machado Filho, em São Paulo (SP), a conhecer mais sobre a cultura indígena dos Pankararu através da culinária, da arte e da dança. Assim, os alunos do professor Leno Ricardo Vidinha de Freitas se apropriaram das próprias raízes indígenas.

9. A construção da identidade
Este projeto do professor Fábio Augusto Machado trabalha uma opressão diferente: a social. Seus alunos do 6º ano, residentes na periferia paulistana, refletiram sobre essa realidade de morar na periferia e de que maneira isso contribui para a maneira como eles vêem a si mesmos. O trabalho do professor foi um dos vencedores do Prêmio Educador Nota 10 de 2016.

10. A realidade afro do Brasil
As crianças da Educação Infantil do CMEI Darcy Castello Mendonça, em Vitória (ES), entraram em contato com releituras de obras artísticas, capoeira, música, dança, culinária, jogos e brincadeiras da cultura negra e aprenderam a respeitar e valorizar a contribuição dos negros na formação da cultura brasileira.

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